Nota 10

Acadêmicas de arquitetura da Unifap conquistam primeiro lugar em concurso internacional

Três estudantes criaram um projeto de arquitetura de um edifício universitário para abrigar os cursos de Arquitetura e Engenharia Civil, com a utilização de materiais ecológicos em sua construção


 

O projeto arquitetônico de um edifício universitário baseado em um modelo sustentável de construção, desenvolvido por acadêmicos e docente do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Amapá (Unifap), venceu a quarta edição do Concurso Internacional de Arquitetura Lékòl, realizado em Caiena, na Guiana Francesa. O júri e a cerimônia de premiação ocorreram nos dias 13 e 14 de junho e as estudantes Maria Tiennys Picanço, Ruhany Amorim e Maria Vitoria de Lima levaram para casa prêmio no valor de € 3 mil.

 

Para Maria Tiennys Picanço, o resultado do concurso reflete os esforços e dedicação das acadêmicas e da Profa. Ms. Géssica Nogueira, orientadora do projeto, na elaboração e concretização da iniciativa. “A equipe e a orientadora estavam cientes da qualidade do projeto com o tempo que nos foi oferecido até a entrega. Desde o início das orientações o nosso objetivo foi alcançar o primeiro lugar e o projeto refletiu diretamente o nosso esforço e compromisso com o concurso”, afirma.

 

O concurso guianense ocorre anualmente em Caiena e é promovido pelo Campus de Ofícios e Qualificações de Excelência na área da Madeira, Eco construção e Ecotecnologia da Guiana Francesa (Campus B2E), com o apoio da Autoridade Territorial da Guiana Francesa (CTG) e do Fundo de Cooperação Regional (FCR). Ele é voltado para estudantes universitários dos países que compõem o Platô das Guianas (Guiana Francesa; Guiana; Suriname; Haiti e Brasil, representado pelo Amapá).

 

O objetivo do certame era incentivar estudantes de diferentes origens educacionais a compartilhar seus talentos e elaborarem medidas concretas, por meio de projetos ecológicos e solidários, que possam ser uma alternativa sustentável para as populações locais do ponto de vista ambiental, econômico e social.

 

Além das três acadêmicas e da docente orientadora, a delegação da Unifap também foi composta pelo Prof. Dr. Felipe Lopes, que representa a Universidade junto ao Campus B2E, em Caiena (GF).

 

Arquitetura e sustentabilidade

O projeto arquitetônico, intitulado “Complexe Éducatif D’architecture et D’ingénierie Aramari” [Complexo Educacional de Arquitetura e de Engenharia Aramari], desenvolveu um eco edifício universitário para abrigar os cursos de ensino superior em Arquitetura e Engenharia Civil. Ele utilizou materiais ecológicos em sua construção oriundos, em grande parte, de indústrias locais e inseriu características da cultura local, como uso de elementos em madeira e circulações avarandadas.

 

 

“Quando falamos em sustentabilidade é vital pensar o ciclo de vida dos materiais que utilizamos no setor da construção civil, sendo que esta contribui significativamente na produção de resíduos poluentes. Então, o uso de energia limpa, a gestão eficiente do uso da água e processos construtivos com baixas emissões de gás carbônico são ações importantes para a mudança desse cenário. O projeto também otimiza o uso dos recursos através de estratégias para a potencialização da ventilação natural e controle da insolação, buscando um melhor conforto térmico e ambiental dos ambientes”, observa a orientadora do projeto, Profa. Ms. Géssica Nogueira.

 

Foram cinco meses de desenvolvimento do projeto arquitetônico. A apresentação final no concurso consistiu em dois painéis sínteses de projeto, um caderno memorial, um vídeo de dez minutos narrando a execução do projeto e outro vídeo de cinco minutos de demonstração do projeto para o público geral, além do modelo virtual do projeto em software BIM.

 

De acordo com a docente, a divisão e organização espacial do eco edifício foi o principal desafio encontrado pela equipe no momento de elaboração do projeto.

 

“[O projeto] devia atender os cursos de Arquitetura e Engenharia Civil com o intuito de promover o ensino de excelência. Então haviam muitos laboratórios de ensino e prática (…), além de espaços comuns como auditório, biblioteca, salas de aula, setor administrativo, representação estudantil, vestiários e refeitório. O edital do concurso também pedia um alojamento para pesquisadores/professores visitantes. Então era uma metragem significativa de espaços a serem dispostos e organizados de maneira eficaz dentro do projeto”, explicou a Profa. Ms. Géssica Nogueira.

 

Maria Tiennys ressalta que participar da elaboração do projeto arquitetônico e do concurso internacional proporcionou o fortalecimento de laços entre as acadêmicas e a orientadora do projeto e inseriu a equipe no debate do uso de tecnologias construtivas ecológicas e eficientes.

 

“O concurso tem extrema importância para a consolidação do conhecimento quanto a arquitetura, além de proporcionar e certificar valor ao nosso conhecimento através do certificado internacional que pode garantir diversas oportunidades para o futuro no mercado de trabalho”, conclui a acadêmica.

 


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