Nota 10

Banzeiro Brilho de Fogo, cenário de flores e pássaros colorid

Nome Banzeiro é uma referência às pequenas ondas provocadas pelo vento e pelos barcos quando passam nos rios e lagos, que a garotada aproveita para brincar, e brilho de fogo é o beija flor raro, encontrado em nossa região.



 

Flores, bonecas marabaixeiras e pássaros coloridos flutuam no céu quando o cortejo do Banzeiro do Brilho-de-fogo passa nas ruas de Macapá, e nas mãos dos batuqueiros, imagens da cidade combinam com chita e pintura moderna. Este cenário itinerante é levado por mulheres do Cordão das Açucenas, crianças do Jardim do Banzeiro e batuqueiros, e que foi concebido por artistas, que colocaram em prática as ideias de Melissa Silva, que criou a identidade visual do projeto.

A concepção do visual do projeto foi baseada nas características da região, rica em fauna e flora. “O nome Banzeiro é uma referência às pequenas ondas provocadas pelo vento e pelos barcos quando passam nos rios e lagos, que a garotada aproveita para brincar, e brilho de fogo é o beija flor raro, encontrado em nossa região, e que atrai olhares de pesquisadores, jornalistas e fotógrafos”, explica Paulinho Bastos, da coordenação do projeto.

E o beija-flor foi estilizado ganhou todas as cores possíveis pelas mãos da artesã Melissa Silva, paulista apaixonada pela Amazônia, que conseguiu unir bom gosto e criatividade nas estampas e adereços. “Não existe beija-flor sem flores, por isso elas estão presentes em todas as alegorias, bastante coloridas, entram e saem dançando nas camisas, bastões e caixas. O beija-flor ganhou brilho e vários formatos. Pra completar o visual, as saias das bonecas dançadeiras de marabaixo viraram sombrinhas, quem embelezam e até protegem do sol e chuva”, explica a artesã.

Nas caixas de marabaixo tocadas pelos batuqueiros, o colorido tem o formato de paisagens típicas do Amapá. O artista Plástico Alfrane Távora, é o responsável pela pintura que transforma os instrumentos em obras de arte, e que estampou as camisas da primeira fase do projeto. Dô Sacaca, produtor e pesquisador da cultura, também imprimiu sua criatividade nas caixas, e os fios das caixas ganharam um traçado especial e cores pastéis. Os demais instrumentos foram coloridos manualmente e decorados com chita e fitas, um trabalho feito por integrantes do Banzeiro que participaram das primeiras oficinas de artesanato e adereços.

Outro detalhe que chama a atenção são os instrumentos de sopro, os metais, que acompanham a percussão, com músicas eternizadas por compositores amapaenses e “ladrões” de marabaixo popularizados. “Os metais têm uma grande importância no conjunto musical, é como se eles desenhassem as canções tradicionais, que são acompanhadas em coro pelos participantes do cortejo”, conta o músico e coordenador do projeto, Alan Gomes. Junto com Adelson Preto, coordenador geral e músico nativo do quilombo do Curiaú, e Paulinho Bastos, ele é responsável pela concepção musical do projeto.


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