Nota 10

‘Bloquinho do Creap’ promove inclusão e interação social de pacientes neurodivergentes no clima de carnaval

Programação incentivada pelo Governo do Amapá garante que os usuários criem repertórios para uma melhor interação e adesão ao tratamento terapêutico


 

O Centro de Reabilitação do Amapá (Creap) se transformou em cores, músicas e sorrisos na sexta-feira, 7, durante a segunda edição do bloquinho de carnaval promovido pelo Governo do Estado para pacientes neurodivergentes. A iniciativa, que reuniu usuários, familiares e a equipe terapêutica, reforça a importância da humanização no cuidado e no tratamento de pessoas com necessidades especiais.

 

Mais do que uma festa, o evento teve um propósito terapêutico: ajudar os pacientes a desenvolverem repertório para uma melhor interação social. Para muitas famílias, como a de Nicolas Baía, de 8 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível 2, o resultado desse trabalho já é visível. Há três meses em atendimento no Creap, o garoto vive uma nova realidade, segundo sua mãe, Valdinéia Baía.

 

 

“Quando ele chegou aqui [Creap], gritava, não entrava na sala para o atendimento. Hoje, ele já interage e melhorou até o desempenho na escola. Ver meu filho tão animado e feliz é algo que não tem preço. Essas iniciativas fazem toda a diferença”, relata Valdinéia.

 

Acolhimento que transforma vidas

A psicóloga infantil, Rita Edilena, uma das idealizadoras do bloquinho, explica que o sucesso do evento é fruto do atendimento humanizado oferecido pelo Creap.

 

 

“Estamos falando sobre inclusão e interação social, proporcionando momentos que fortalecem o vínculo entre pacientes, familiares e equipe multi, causando maior adesão ao acompanhamento terapêutico. A promoção de encontros em momentos festivos, temáticos como o carnaval, promove a troca de experiências, novas vivências, possibilitando novas habilidades socioemocionais, no âmbito da comunicação e de interação social”, destaca Rita.

 

A fonoaudióloga Thayse Bezerra, que também idealizou o bloco ao lado de Rita, reforça a importância de atividades lúdicas no processo terapêutico.

 

“O Carnaval é um momento de descontração, em que pacientes e familiares podem aliviar o peso do dia a dia e lidar de forma mais leve com as dificuldades. É uma forma de fugir da rotina e promover a socialização”, explica a fonoaudióloga.

 

Histórias de superação

Um exemplo marcante é o da pequena Valentina, de 8 anos de idade, que possui uma síndrome ainda não identificada. A mãe, Daniela Reis, de 38 anos, conta que a filha nasceu convulsionando e, desde bebê, é atendida pelo Creap.

 

“Ela tem uma vida alegre e feliz hoje. Eventos como este ajudam ela a se conectar com as pessoas e a socializar. Aqui, somos muito bem acolhidos, sem discriminação”, relata.

 

O bloco reuniu 37 pacientes, dos mais de 80 neurodivergentes atendidos pela instituição. Com direito a lanches, bolo e muita animação, a festa foi comandada pela palhacinha Kiki, a fonoaudióloga da unidade, Valkíria Câmara, que fantasiada garantiu a diversão da criançada.

 

“O sucesso do nosso bloco é mais um exemplo de como a gestão tem trabalhado para transformar a saúde pública, levando não apenas atendimento de qualidade, mas também esperança e alegria para quem mais precisa”, celebra Valkíria.

 

Eventos como o bloquinho do Creap reforça a importância de iniciativas que vão além do tratamento convencional, mostrando que a humanização e o acolhimento são pilares essenciais para a recuperação e a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias.

 


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