Casas de matriz africana celebram Dia Estadual dos Cultos Afro-Religiosos
Salvino Santos participou do primeiro dia da programação que recebe apoio do Governo do Amapá
Com apoio do Governo do Amapá, casas de matriz africana se uniram para o troar dos tambores durante a programação que celebra o Dia Estadual dos Cultos Afro-Religiosos. Na noite de sexta-feira, 17, grupos da Umbanda se apresentaram no Centro de Cultura Negra, em Macapá, unindo vozes e gestos num grito de combate à intolerância religiosa.
Entre essas vozes estava a de Salvino Santos, um dos pais de santo mais antigos em atividade no estado. Ele ressalta que eventos como esse são importantes para combater a discriminação e o preconceito sofrido pelos afro-religiosos.
“Hoje nos reunimos para reverenciar a memória de Mãe Dulce. Mas também para combater o racismo, o preconceito e a intolerância. Aqui, somos resistência, não iremos desistir, pois somos filhos de Oxalá”, ressaltou o sacerdote.
O Dia Estadual e Municipal dos Cultos Afro-Religiosos é comemorado no dia 8 de maio. Na ocasião, houve um grande café da manhã e encontro de lideranças afro-religiosas no Terreiro Santa Bárbara, da saudosa Mãe Dulce Moreira, cuja trajetória motivou a criação da lei que instituiu a data.
A programação festiva iniciou na sexta-feira, 17, e segue neste sábado, 18, organizada pela Federação de Cultos Afro-Religiosos de Umbanda e Mina Nagô (Fecarumina) e Fórum Afro-ameríndio do Estado, com recursos de emenda do deputado estadual Rodolfo Vale, e com apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e Fundação Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Fundação Marabaixo).
A diretora adjunta da Fundação Marabaixo, Laura Cristina, diz que é mais um evento que mostra a sensibilidade do Governo do Estado com os segmentos afro-amapaenses.
“É um momento importante, onde exaltamos e fazemos referência a uma das mais importantes sacerdotisas de matriz africana no Amapá, a Mãe Dulce, que tocou o primeiro tambor de mina no Estado. E hoje o Governo do Estado entende a importância de respeitar e preservar todo esse legado, toda essa história. Os tambores tocam e essa história resiste”, pontuou Laura.
Neste sábado, 18, no Centro de Cultura Negra, às 14h, acontece o segundo dia do ‘Workshop de Afro Percussão Ilu’Jibo’; às 16h terá a Roda de Conversa com Guilherme Batista, Babá Ifátosin (sacerdote do Culto de Ifá) e dirigente do Templo Ifá Ireté Ogunda; e às 19h será a vez do Candomblé adentrar o anfiteatro do Centro de Cultura Negra.
Homenagem
O Dia Estadual dos Cultos Afro-Religiosos foi instituído pela Lei 933/2005. O dia 8 de maio foi escolhido em homenagem à saudosa Dulce Costa Moreira, a Mãe Dulce, uma das pioneiras da cultura afro-religiosa no Amapá. Ela teria tocado pela primeira vez o tambor de mina no Amapá neste dia, em 1962.
Deixe seu comentário
Publicidade