Nota 10

Ciclo Produtivo da Quadra Junina é tema de audiência pública nesta quinta-feira, na Câmara Federal

O objetivo é discutir os tradicionais festejos juninos que acontecem em todo o Brasil como atividade do setor da Economia Criativa, por estimular economicamente uma grande cadeia produtiva que gira em seu entorno.


Considerado o setor cultural que mais agrega brincantes e profissionais no Amapá, a quadra junina é tema de debate nesta quinta-feira, 14, na Câmara Federal, onde acontece a audiência Pública “Ciclo Produtivo da Quadra Junina”. Com a presença de representantes de entidades culturais de todo o Brasil, a audiência contará com o presidente da Confederação Brasileira de Entidades de Quadrilha Junina (Confebraq), Carlos Brito, e da presidente da Federação das Entidades Folclóricas do Amapá (Fefap), Daiana Ronieli.

O objetivo é discutir os tradicionais festejos juninos que acontecem em todo o Brasil como atividade do setor da Economia Criativa, por estimular economicamente uma grande cadeia produtiva que gira em seu entorno. A iniciativa da audiência pública partiu do deputado federal Marcos Reátegui, integrante da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços (CDEICS), que tem uma atuação voltada para o fomento de ações que proporcionem oportunidades de geração de emprego e renda acessível para toda população, independente de classe social ou área de localização.

Realizada em todo o país, estes festejos  são legítimos do Brasil e hoje é considerado por profissionais e setores agregados como um importante instrumento de movimentação financeira que funciona na maior parte do ano em todos os estados brasileiros. Tema de estudos acadêmicos, a quadra junina atraiu o interesse do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), que o considera um setor importante da indústria do entretenimento, e abriu financiamento para projetos e planos de negócios, o que ajuda a aquecer o comércio local, que investe em produtos padronizados da época.

Da roça e sertão, a festa inventada para agradecer a colheita chegou nas cidades, de onde saiu das quadras das escolas e ruas, e ao longo dos anos agregou importância e valor, e se transformou em espetáculo, carregando em seu conceito a importância social, responsável pela inclusão cultural de pessoas de todas as classes, incentivadora do turismo,  e meio de sustento de centenas de famílias brasileiras que absorvem os impactos positivos na economia doméstica. “É inegável a importância da quadra junina sob a ótica econômica. É um setor que fortalece a cultura nacional e principalmente gera emprego e renda para toda cadeia produtiva”, disse Daiana Ronieli.

Profissionais da moda, designers, historiadores, costureiros, figurinistas, maquiadores, artistas plásticos, coreógrafos, soldadores, carpinteiros, são alguns dos profissionais que têm no ciclo produtivo da quadra junina, seu meio de sobrevivência e lugar no mercado da arte e cultura. Por seu capital intelectual e cultural como gerador de renda, a quadra junina entra no ramo da economia criativa, que abrange os ciclos de criação, produção e distribuição de bens e serviço que utilizam a criatividade e habilidade de pessoas como insumo. Segundo dados contidos no Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil, a área criativa gerou em 2016 R$ 155,6 bilhões para a economia do país, incluído neste levantamento a quadra junina.

No Amapá a quadra é movimentada durante o ano inteiro, e a Fefap mobiliza cerca de 100 grupos distribuídos em todo o estado, que agregam em média 80 pessoas, entre quadrilheiros e profissionais. Oficialmente quadra inicia em maio, com as disputas nos polos municipais, mas desde o término do festival estadual os grupos já se organizam para o próximo ano. Estima-se que circulam ao redor da quadra junina, justificando a economia criativa, aproximadamente 20 mil pessoas, principalmente das periferias, de onde saem a maioria dos integrantes.

A audiência pública terá a presença de representantes de entidades que foram  à Brasília debater o tema dentro dos parâmetros econômicos, com parlamentares dispostos a discutir em nível nacional o assunto. “A festas juninas são as mais populares,  revelam talentos, mudam a realidade de famílias, principalmente de baixa renda, que passam a  ter mais qualidade de vida, afasta jovens e adolescentes dos riscos sociais, dão oportunidades para quem mora em áreas periféricas e promovem a inclusão social, resgatando a estima e valorizando a criatividade como fonte de renda. Isso justifica  a audiência pública, que vai ainda descriminar o setor diante da sociedade”, finalizou o deputado Marcos Reátegui.


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