Nota 10

Escritor Márcio Souza lança “Amazônia Indígena”

História


Essencial para se repensar a relação do Brasil com seus primeiros habitantes, o novo livro de Márcio Souza reúne preciosas informações, recolhidas ao longo de décadas de pesquisa, sobre a história e a cultura da Amazônia. Dos horrores do processo colonial às atuais polêmicas ambientais, passando pelos sucessivos genocídios empreendidos ali, os textos da obra abordam temas que mostram a complexidade da situação dos povos indígenas hoje. Em Amazônia indígena, o autor transita por diferentes campos do saber, entre história, antropologia, filosofia, arqueologia, demografia, economia e política, olhando para a região a partir da leitura de grandes pensadores. Amazônia indígena chega agora às livrarias pela editora Record.

Na nova obra, o autor adota o lugar de enunciação de um amazonense, “que visita as narrativas míticas, os sopros da criação e as histórias do vento que vêm da floresta, do rio e dos povos que aí vivem e navegam”, como diz o professor e acadêmico José Bessa Freire no prefácio. O livro, que amplia e atualiza questões que Márcio já havia abordado em A expressão amazonense do colonialismo ao neocolonialismo, de 1977, ajuda a pensar o desafio da inserção dos índios nos termos de uma economia e cultura globalizadas.

Amazônia indígena é uma densa e empolgante obra sobre o gigantismo da cultura dos índios e uma intensa reflexão sobre os rumos que o território amazônico está tomando. “É preciso que extrapolemos o conformismo colonizado por uma maior aproximação com a verdade regional”, diz o autor.

“A Amazônia é ainda uma das pátrias do mito, onde existe uma unidade entre o pensamento e a vida numa constante interação de estímulos e afirmação. A Amazônia estará livre quando reconhecermos definitivamente que essa natureza é a nossa cultura, onde uma árvore derrubada é como uma palavra suprimida e um rio poluído é como uma página censurada”.

Márcio Souza nasceu em Manaus, em 1946. Estudou ciências sociais na USP e começou a vida profissional no cinema, como crítico, roteirista e diretor. Tem uma sólida carreira como dramaturgo, escrevendo peças como As folias do látex e Tem piranha no pirarucu. A obraGalvez, imperador do Acre marca, em 1976, sua estreia literária. Como escritor já conta com mais de vinte títulos, entre eles Mad Maria, O fim do terceiro mundo, Lealdade, Desordem e Entre Moisés e Macunaíma. (www.record.com.br)


Deixe seu comentário


Publicidade