Mestre Ivamar volta ao Amapá para ser homenageado
Amapaense que integra o elenco da trama global Amor Perfeito está em Macapá fazendo parte da programação das festividades a São Jorge e do Sarau ‘Bem Vindo Mestre Ivamar’
Lana Caroline
Da Redação
Carinho e representatividade são sentimentos que os amapaenses exalam ao Mestre Ivamar, que desde este domingo (23) está no Amapá cumprindo agenda. Paulista de nascimento e amapaense de coração, o ator está integrando elenco da novela ‘Amor Perfeito’, da Globo, escrita por Duca Rachid, Julio Fischer e Elísio Lopes Jr., dando vida à ‘Popó’, um concierge de hotel. “Estou me sentindo muito honrado de ter sido abraçado nesses 20 anos no Amapá e representar esse estado querido”, disse o ator.
Ivamar veio para o Amapá em rápida viagem para fazer parte das festividades a São Jorge e participar do Sarau ‘Bem Vindo Mestre Ivamar’, nesta segunda-feira (24), em evento realizado pelo Coletivo Amazonizando, que terá participação do Coletivo Juremas e Arte da Pleta, no Espaço Marabut, às 17h.
Mestre Ivamar dos Santos é ativista e atuante no movimento negro desde 1970. Já morou em países como Angola, Argélia, África do Sul e participou da Conferência de Durban, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU) contra o racismo e a xenofobia. Quando retornou ao Brasil, passou a trabalhar com quilombos e veio para o Amapá, aonde fundou o Coletivo Amazonizando. Segundo ele, esse trabalho foi um caminho para estar atuando na TV.
“Eu e minha companheira, Suane Brazão, já vínhamos realizando um trabalho muito bonito, que é mostrar a cultura do Amapá através do Coletivo Amazonizando. Esse trabalho criou uma proporção muito grande e foi ampliando nossos caminhos. Além disso, fazíamos algumas atividades em São Paulo, com contações de histórias, e foi aí que meu querido Francisco Accioly veio conversar comigo e estamos aqui, dando vida ao Popó”, contou.
Esta não é a primeira vez Ivamar atuou. Ele já fez parte de filmes e peças teatrais. Segundo o ator, a novela ‘Amor Perfeito’ é diferenciada e faz parte da luta do movimento negro. “O que é interessante dessa novela de Duca Rachid é que é a única que tem 50% do elenco negro e acontece nos anos 30/40. É um diferencial de discutir a questão racial de uma forma mais profunda e entender a relação com o outro”, disse.
Durante estar nos estúdios Globo para as gravações da novela, Ivamar afirma que o toque dos tambores diz muito sobre a ancestralidade e representatividade, prova disso são os instrumentos que possui lá e de como os utiliza.
“Eu trabalho com 30 caixas lá. Faço essa vivência de ensinar a cultura do Amapá com as caixas, ensinando o toque. Além do reconhecimento do público, o impacto que a caixas trazem para as mulheres é algo lindo. A energia da caixa é forte e traz a ancestralidade. Isso é um presente pra lá. É gostoso saber que posso levar uma coisa nossa, a caixa de marabaixo, para aquela novela. É fantástico”, falou.
A representatividade e musicalidade que atravessam gerações fazem parte do documentário “Sinfonias Negras”, que tem Mestre Ivamar e a cantora MC Dricka, que discorrem sobre a importância dos tambores, tanto para os quilombos quanto para o funk, samba, reggae e o hip hop. Também participam do documentário a multi-instrumentista Bia Ferreira e o compositor Russo Passapusso, do BaianaSystem.
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