Nota 10

‘Nosso primeiro palco foi a carroceria de um caminhão’, conta Amadeu Cavalcante sobre trajetória do Réveillon Beira Rio

Criado em 1996 por um grupo de artistas locais, o movimento cultural da virada de ano integra a história do Amapá


 

Quando se pensa em Réveillon Beira Rio vem à mente os grandes eventos, com palco, som, luz, pista lotada e uma grande festa com luzes e celebração, mas nem sempre foi assim. O evento, que esse ano se consolida como o maior de todos os tempos realizado pelo Governo do Estado, tem uma trajetória que se iniciou em 1996, com a Associação dos Músicos do Amapá (Amcap).

 

Quem lembra como tudo começou é o cantor e compositor, Amadeu Cavalcante, músico e um dos fundadores da tradicional festa da virada na orla de Macapá.

 

“Tivemos a ideia de criar um réveillon, pois essa virada de ano que tem atualmente, não existia em Macapá, não existia esse show lá na Beira Rio. O que existia eram os clubes que faziam os seus eventos particulares, mas, nós, artistas, resolvemos criar um projeto para começar a fazer o show na orla. O primeiro ano foi com muita dificuldade, a carroceria do caminhão era o palco, nós arrumamos o som, tudo para fazer os shows, já chamando o público em torno da Beira Rio mesmo”, descreve o artista.

 

No início, a Amcap utilizava a área ao lado do Trapiche Eliezer Levy, mas com a inauguração do Anfiteatro da Fortaleza de São José, um local próprio para receber eventos no entorno do ponto turístico, o Réveillon ganhou força, com a ampliação da programação e participação cada vez maior, dos artistas amapaenses.

 

Na época, havia a necessidade de criar um ponto de encontro para reunir a comunidade na hora da confraternização da chegada do novo ano. Normalmente, a orla da cidade já era escolhida para celebrar o Réveillon, mas faltava um local e uma programação.

 

“Foi pensado sempre dessa forma, de reunir as pessoas, porque a Beira Rio já concentrava as famílias que escolhiam o local para levar sua ceia, mesinha, cadeiras, e virar o ano. E isso foi crescendo. Tinha o foguetório à meia-noite, e os artistas fazendo a festa. Todo mundo se abraçava, compartilhava a alegria. Isso foi atraindo o povo pra lá”, conta o músico.

 

O projeto, que começou pequeno, na carroceria de um caminhão, este ano conta com estrutura de palco moderna, com jogos de luzes e telões. Os shows dos mais de 60 artistas nacionais e locais são totalmente gratuitos à população, permitindo a confraternização do povo e o resgate da essência do evento, que não era realizado neste formato desde a pandemia de Covid-19, há 3 anos.

“O Governo do Estado está promovendo o Réveillon Beira Rio 2024 porque era uma necessidade que o povo amapaense tinha. Um pouquinho de festa, uma programação gratuita para o pessoal poder curtir e receber o ano com aquela boa vibração, uma boa música, com a família”, pontua Amadeu Cavalcante.

 


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