Nota 10

Projeto Música Popular Amapaense no Meio do Mundo

A música de Joãozinho Gomes e Val Milhomem já dá a dica: “Do Curiaú para todo o Brasil, do Brasil para o mundo…e lá vai Marabaixo para todo o universo”.



 

Foi lançado, na primeira sexta-feira de julho, 3, o Projeto MPA, uma procura de resgate da Música Popular Amapaense, no sentido de fortalecer o cancioneiro local. A iniciativa expressa os ritmos, letras e estilos, retrato puro das “coisas” do nosso chão, do nosso povo.

No projeto, o cotidiano, a tradição, os costumes, as pessoas, a floresta, os rios, a história e o amor de nossa gente extravasam na arte cultural tucuju, por meio da união e da boa vontade dos artistas que integram essa maresia rítmica, vocal e instrumental.

O Projeto MPA, lançado no Bar Rodovia 010, no Complexo Marco Zero do Equador – Meio do Mundo, e para acontecer todas as sextas-feiras, às 20h, é um processo que também visa tornar a arte musical amapaense do tamanho do que realmente ela é – uma gigante.

Temos conquistado grandes e merecidos resultados que servem de espelho para os novos artistas caminharem com o propósito de produzir música tendo como matéria prima a nossa cultura.

Podemos citar grandes projetos com temáticas tucujus que conseguiram sair do Amapá e brilhar em outras cidades do Brasil, reconhecidos e premiados: Grupo Senzalas, Banda Negro de Nós, Oneide Bastos, Grupo Pilão, Osmar Júnior, Chermont Júnior, Zé Miguel, Ana Martel, Ademir Pedrosa, Orquestra Essência e Grupo Raízes do Bolão.

Brenda Melo, que faz parte desta nova geração, é outro membro do cast amapaense que vem conquistando espaço. Lançou seu primeiro CD autoral “Tática”, que lhe deu a oportunidade de participar do projeto “Sesc Amazônia das Artes”, levando nossa música para outras “paragens” do país.

Temos ainda a cantora Patrícia Bastos, considerada hoje a maior representante da música amapaense no Brasil. Com seu último CD “Zulusa”, conquistou diversos prêmios e fez nossa música se tornar mais conhecida e respeitada “lá fora” – Melhor CD e Melhor Música, a “Mal de Amor”.

As escolhas sobre Patrícia foi em 2013 pelo “O Embrulhador”, um dos mais conceituados e críticos “sites” de música do país. Em 2014, Patrícia recebeu dois prêmios no “25º Prêmio da Música Brasileira”, no Rio de Janeiro – Melhor Cantora Regional e Melhor Álbum (Zulusa).

A música produzida no Amapá merece mais atenção e respeito do Poder Público, pois não precisa mais provar nada a ninguém. É só ouvir o que tem pronto e fazer jus a tudo o que é cantado e tocado.

O Amapá mora em uma aldeia privilegiada ao norte do Brasil, fronteira com o território francês e às margens do maior rio do mundo, o Amazonas. Isso é cantado em várias músicas nossas. Os ritmos e sons dos tambores do meio do mundo, marabaixo e batuque, encantam os ouvidos de quem ouve a nossa arte.

Isso é motivo de orgulho, pois não podemos deixar de valorizar o que Deus nos deu de presente, e que o dom de cada artista absorve e transmite através da música. O convite está feito, o compromisso firmado, a arte está pronta – a responsabilidade é de todos, mas o amor é de poucos, infelizmente.

Porém, os que cultivam o amor, são fortes, e esse sentimento sempre vence, doa a quem doer. Afinal, não é à toa que Joãozinho Gomes e Val Milhomem dão a dica: “Do Curiaú para todo o Brasil, do Brasil para o mundo, e lá vai Marabaixo para todo o universo”. (Com contribuição de Douglas Lima)


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