Rezadores de ladainha se apresentam em momento histórico no 29º Encontro dos Tambores
Mantedores de ritual tradicional fizeram apresentação coletiva no Centro de Cultura Negra, em Macapá, durante o evento apoiado pelo Governo do Amapá
A reza da ladainha em latim, tradição muito presente em festividades religiosas realizadas em comunidades remanescentes do Amapá, fez história na noite de terça-feira, 19, durante o 29º Encontro dos Tambores. Pela primeira vez, rezadores e rezadeiras se apresentaram no evento apoiado pelo Governo do Amapá.
A abertura da programação da sexta noite encantou participantes que estiveram no Centro de Cultura Negra Raimundinha Ramos, no bairro do Laguinho, em Macapá. No palco, rezadores de diversas comunidades como Curiaú e Maruanum exaltaram o ritual, como o agricultor Francisco Ferreira Ramos, de 69, anos conhecido como “Seu Chico da Lagoa”.
“É importante estarmos aqui, para mostrar que é uma tradição secular, que não pode se perder”, pontuou Chico da Lagoa, que faz um trabalho de manutenção das ladainhas e já lançou até uma cartilha para que a tradição não se perca.
O nome é em referência à Lagoa de Fora, local de onde vem. A tradição mantida por rezadores e rezadeiras de ladainha é cada vez mais rara, mantida pelos idosos, que lutam para manter vivo esse ritual.
29º Encontro dos Tambores
Com o tema “No Meio do Mundo com os Tambores de Todo o Mundo”, o evento é realizado pela União dos Negros do Amapá (UNA), com apoio da Fundação Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Fundação Marabaixo) e da Secretaria de Estado da Cultura (Secult).
Para celebrar o Mês da Consciência Negra, a programação tem como objetivo celebrar a ancestralidade e a cultura afro-amapaenses, além de promover a reflexão e o debate sobre temas como racismo e luta pela igualdade racial.
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