Nota 10

Ueap concede título de Doutor Honoris Causa ao pesquisador Antônio Carlos Farias

Pesquisador com ampla experiência na administração do estado tornou-se o segundo Doutor Honoris Causa da história da Ueap


 

Amapaense, pesquisador e decano na defesa do meio ambiente amazônico. Este é Antônio Carlos da Silva Farias, o segundo mestre a receber o título de Dr. Honoris Causa, pela Universidade Estadual do Amapá (Ueap).

 

A cerimônia aconteceu na última terça-feira (11) no auditório do Museu Sacaca, e contou com a participação da família e de vários acadêmicos, em homenagem ao pesquisador.

 

Desde a década de 1980, Farias se dedicou à causa do meio ambiente no cenário local e nacional. Uma de suas contribuições mais importantes foi ter participado, junto aos mais importantes ativistas ambientais do mundo, como um dos representantes do Brasil nos debates da Rio 92. Dessa experiência, nasceu a criação da Secretaria de Meio Ambiente, SEMA.

 

“Antes da nossa participação na Rio 92, o governador à época, Aníbal Barcelos, me pediu, pessoalmente, que eu criasse um órgão voltado ao meio ambiente. Me dando a liberdade de escolher 30 servidores, dentre os mais qualificados, com o propósito de ser o principal órgão do estado”, relembra o pesquisador.

 

Kátia Paulino, reitora da Ueap, lembrou que Antônio Carlos é a segunda pessoa a receber o título honorífico pela Ueap, sucedendo o ambientalista Dr. Pedro Ramos.

 

 

“Essa concessão é um momento histórico para a sociedade amapaense. É uma forma de agradecer por todo o préstimo e dedicação ao Amapá e à Ciência e Tecnologia. Quando ele iniciou sua atuação, não tínhamos sequer uma faculdade no estado. Hoje temos 3 instituições públicas de ensino superior e muito disso devemos à pessoas como o doutor Antônio Carlos”, afirmou a reitora.

 

Na cerimônia, o pesquisador contou parte de sua trajetória, ressaltando que, após visitar diversos países, não trocaria o Amapá por nenhum outro lugar do mundo. “Eu me orgulho muito de ainda poder respirar o ar puro aqui do Amapá. Tenho muito orgulho de ter ajudado a construir o que temos hoje e, enfim, de ser feliz aqui”, afirma Farias.

 

Um de seus lemas é tratar todos igualitariamente. Desde os mais renomados doutores até os mateiros que, em suas pesquisas e andanças, eram seus companheiros. Antônio Carlos agradece a todos que cruzaram seu caminho.

 

“Não vou citar outros nomes, sob pena de esquecer e cometer alguma injustiça, mas não poderia deixar de citar duas pessoas que foram muito significativas na minha trajetória: Reinaldo Maurício Damasceno, idealizador do Departamento Nacional de Endemias Rurais, antigo DNERu, que veio ao Amapá com a responsabilidade de tratar doenças tropicais; e o doutor Francisco de Oliveira Gomes, especialista em botânica, com foco em plantas medicinais. Estas duas pessoas ajudaram a formar o meu caráter como pesquisador, administrador e ser humano”, conta, emocionado, o pesquisador.

 

A honraria é um ato de reconhecimento ao pesquisador e ao seu legado social. No Amapá, o título já foi concedido ao doutor Raimundo dos Santos Sousa (o Mestre Sacaca), ao jornalista Lúcio Flávio Pinto e ao ambientalista Pedro Ramos.

 

Sobre Antônio Carlos Farias

No ano de 1981, Antônio Carlos Farias assumiu a gestão do Museu Costa Lima, instituição que, posteriormente, se tornou o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Amapá, o IEPA.

 

Em 1985, foi vice-presidente do Conselho Estadual de Cultura do Amapá; e diretor-presidente e fundador do Instituto de Pesquisa Científico e Tecnológico do Amapá, em 1999. Trabalhou como secretário de Estado de Meio Ambiente, por quatro vezes, de 1989 até 2007. Foi secretário especial de Desenvolvimento Econômico do Estado do Amapá, com a responsabilidade de coordenar todos os órgãos da administração direta e indireta. E como secretário de Estado do Turismo do Amapá, em 2008.

 

Antônio Carlos é membro efetivo e perpétuo da Academia Amapaense de Letras, cadeira número 32 desde 1988.

 


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