Acusado de feminicídio e forjar própria morte é recambiado para o Amapá
Família da vítima diz que agora se sente aliviada, já que o assassino está atrás das grades
Elen Costa
Da Redação
Já está no Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), Valdecir Garcia Batista, de 46 anos, preso na última segunda-feira, 19, no interior do Pará.
Valdecir, que estava sendo procurado há quatro anos, é acusado do feminicídio que vitimou Thaiana Pantoja dos Santos, cujo crime ocorreu dia 15 de agosto de 2020, na localidade de Ilhinha, no Arquipélago do Bailique, em Macapá.
Uma coletiva de imprensa, com a presença de um familiar da vítima, foi concedida na manhã desta quinta-feira, 22.
Maria Benedita, cunhada de Thaiana, disse que agora se sente aliviada, já que o assassino está atrás das grades.
“Sabemos que nada vai trazer ela de volta, mas nos alivia saber que a justiça está sendo feita”, expressou.
Thaiana era mãe de quatro crianças que, à época, tinham entre dois e 12 anos de idade. Emocionada, Maria Benedita relembrou do dia que ela foi morta.
“Ela estava fazendo as unhas da mãe dela e ele foi entregar um dos filhos dela. Quando ele deixou o menino, que era sobrinho dele, ele disse que queria prestar contas. Como ela vendia produtos, a mãe dela até acreditou que fosse sobre isso, mas ele puxou um facão e começou a desferir os golpes nela, na frente dos filhos dela”, detalhou a mulher.
O delegado-geral da Polícia Civil do Amapá, Cézar Augusto Vieira, ressaltou que a prisão de Valdecir, conhecido como ‘Dito’, se deu durante ações da Operação Shamar e graças a denúncias.
“Isso mostra como essas informações são importantes. Nós não medimos esforços para ver a Justiça, de fato, acontecendo”, destacou.
A titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher, Marina Guimarães, disse que a prisão de Valdecir é significativa por ter sido feita no mês de combate à violência contra a mulher e ao feminicídio.
“Estamos no Agosto Lilás e, por isso, essa captura trouxe mais relevância. Continuaremos lutando para que nenhum crime contra a mulher fique impune”, prometeu a delegada.
O agente Igor, responsável pela investigação que resultou na captura de Valdecir, revelou que ao encontrar com um dos filhos da vítima, a criança lhe fez um pedido especial.
“Ela me perguntou se eu iria prender o assassino da mãe dela. Como pai, eu me sensibilizei e prometi que iria resolver essa missão. Então, agora, a sensação é de dever cumprido”, comemorou o policial.
O caso
A prisão de Doti se deu graças à uma ação conjunta entre as polícias Civil, Federal e Militar do Amapá, e as polícias Civil e Militar do Pará.
O autor do crime foi conduzido depois de localizado na comunidade de Pimentel, acerca de 50 quilômetros do município de Trairão, no Sudoeste paraense, numa das margens do rio Tapajós, onde estava trabalhando em um ‘palmiteiro’ local.
As investigações que levaram ao paradeiro do alvo, que tinha um mandado de prisão preventiva decretado, duraram cerca de 20 dias.
De acordo com informações, ao ser preso e indagado, ele confessou o crime.
Na época, as investigações revelaram que Valdecir desenvolveu um sentimento amoroso pela vítima e não foi correspondido. Após matar Thaiana, ele forjou a própria morte, afundando uma embarcação de sua propriedade no rio e, desde então, estava foragido. Ele foi recambiado pelo GTA.
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