Polícia

Alvo da operação ‘Queda da Bastilha’, delegado Sidney Leite é condenado a mais de dez anos de prisão

Policial foi sentenciado a cumprir pena, inicialmente, em regime fechado; também perderá o cargo público e terá que pagar 360 dias-multa, cada um calculado no valor de 1/2 salário-mínimo vigente à época dos fatos


 

Elen Costa
Da Redação

 

Aconteceu nessa segunda-feira, 30 de setembro, o julgamento do delegado Sidney Leite Henriques, preso durante a Operação Queda da Bastilha, em setembro de 2022. A Justiça condenou o policial a dez anos, dois meses e 15 dias de reclusão, inicialmente, em regime fechado, além de medida cautelar de suspensão do exercício da função de delegado de polícia civil e interdição para o exercício de função ou cargo público por um prazo de oito anos. Ele também terá que pagar de 360 dias-multa, cada um calculado no valor de 1/2 salário-mínimo vigente à época dos fatos.

 

Sidney Leite, que era titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE), foi acusado de ter envolvimento em um esquema criminoso que funcionava dentro e fora do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen). À época, as investigações apontaram também a participação de dois policiais penais e de uma advogada, com uma organização criminosa que atua no estado.

 

 

O então titular da DTE teria tido envolvimento no esquema para fraudar a concessão da prisão domiciliar de um dos fundadores e principal líder da facção FTA, Ryan Michele, o ‘Tio Chico’, que atualmente cumpre pena na cadeia de segurança máxima, em Mossoró, no Rio Grande Norte.

 

Mensagens via whatsapp trocadas entre o detento e o delegado subsidiaram os trabalhos policiais. Em uma delas, Leite informou Tio Chico que estava tentando conseguir um carro blindado e um apartamento para o apenado, quando esse conseguisse sair do presídio. Inclusive, a autoridade policial chegou a cogitar a possibilidade de hospedar o criminoso em sua própria residência, mas voltou atrás por causa da tornozeleira eletrônica, que facilitaria a localização dele.

 

A ação resultou no cumprimento de 22 mandados de busca e apreensão em residências de investigados e escritórios de advocacia, seis na penitenciária, oito mandados de prisão preventiva e um de prisão domiciliar. Houve, ainda, bloqueio de valores depositados em contas bancárias e aplicações financeiras de 21 investigados. Sidney Leite deve recorrer da decisão, em liberdade.

 


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