Polícia

Bombeiro é preso acusado de abusar sexualmente colega de farda grávida

Vítima, uma sargento que está com 5 meses de gestação, alega que foi violentada no alojamento da corporação, depois que acusado se ofereceu para fazer massagem, garantindo que era massoterapeuta e tinha experiências com gestantes


 

Elen Costa
Da Redação

 

Um soldado do Corpo de Bombeiros foi preso, em flagrante, na última segunda-feira, 25, sob acusação de ter molestado uma colega de farda dentro do quartel da instituição, no município de Oiapoque.

 

A vítima, uma sargento que está grávida de 5 meses, alegou em depoimento que foi violentada no alojamento da corporação depois que o acusado se ofereceu para fazer uma massagem, garantindo que era massoterapeuta e tinha experiências com gestantes.

 

Ainda segundo o depoimento, ao pedir um lençol emprestado, o soldado disse que tinha creme e se predispôs novamente a fazer a massagem. Em seguida, ele teria ido até ao quarto da militar, trancado a porta e a orientado a levantar a camisa, folgar o sutiã e deitar de bruços para começar o atendimento. Depois, pediu para que ela virasse de frente e, nesse momento, passou a tocar em seus seios e em suas partes íntimas, inclusive utilizando a língua.

 

O abuso teria encerrado com o pedido da sargento que, logo depois, saiu do alojamento e buscou ajuda dos oficiais que estavam no quartel. Ela foi levada para atendimento com uma psicóloga e ao hospital, pois estava sentindo cólicas. Em seguida, foi até à delegacia, onde registrou o boletim de ocorrências e, de lá, foi levada para exame de corpo e delito na Politec.

 

O soldado foi levado à audiência de custódia e teve sua prisão convertida para preventiva. Ele está recluso no Centro de Custódia do Zerão, onde ficará até uma segunda ordem da Justiça.

 

A Defesa

Por telefone, o advogado Charlles Bordalo, contratado para fazer a defesa do soldado, disse que seu cliente estava de serviço naquela cidade, onde conheceu a colega de farda e fez amizade com ela.

 

 

“Eles começaram a conversar, trocar idéias. Ele relatou a ela que não tinha lençol e que passou frio durante a noite. Daí, ela fez uma proposta de que, se ele fizesse alongamento nela, ela emprestaria um lençol pra ele, e assim ficou acertado”, declarou Charlles.

 

Ainda segundo advogado, no decorrer do dia, a pedido da sargento, depois de conversarem por mensagens, ela convidou o acusado para ir até o alojamento ao lado do dele, onde a mesma estava.

 

“Isso tudo está comprovado em conversas de whatsapp. Havia um colega alojado com ela, porém, ele não estava presente na hora. Foi então que meu cliente procedeu com o atendimento, tudo certinho, e, por fim, se despediram. Ela deu o lenço a ele, e continuaram se falando pelo telefone, normalmente. Então, como é que ele pode ter tomado alguma conduta que pode ser configurado como crime, se antes, durante, e depois do suposto ocorrido, de falaram?”, questionou.

 

Para Charlles Bordalo, o soldado disse que acredita estar sendo usado.

 

“O que meu cliente imagina, é que talvez ela tenha criado essa situação para conseguir ser transferida para Macapá, pois ela estava precisando. Ele alega que é inocente, que nunca aconteceu essa situação e que, se isso tivesse ocorrido, ela é superior dele e poderia ter dado voz de prisão na hora a ele, mas, não deu”, concluiu o advogado.

 

Providências

Por meio de nota, a Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que já afastou o bombeiro militar que integrava um grupamento especializado e que devolveu o soldado à instituição de origem para as providências administrativas que o caso requer.

 

A Sejusp disse ainda que a vítima está recebendo todo o suporte necessário e que repudia veemente qualquer tipo de violência contra a mulher. O órgão aguarda o desfecho da ocorrência perante a Lei, na esfera criminal e administrativa.

 

NOTA DE REPÚDIO

O Corpo de Bombeiros Militar do Amapá (CBM-AP) repudia de forma veemente qualquer tipo de violência contra as mulheres, especialmente dentro da corporação, onde o respeito, a ética e a igualdade devem prevalecer.

Sobre o militar acusado de importunação sexual contra uma colega de serviço, o CBM-AP esclarece que ele foi imediatamente denunciado e preso em flagrante. Após audiência de custódia, a prisão foi convertida em preventiva. O mesmo está no Centro de Custódia, onde permanece à disposição da Justiça. Além disso, será instaurado um Procedimento Administrativo Disciplinar para apuração dos fatos.

O CBM-AP reforça ainda que a vítima recebe assistência integral, com suporte psicológico por meio do Centro de Saúde da corporação e acolhimento da rede de apoio psicossocial. E repudia o compartilhamento de informações do caso, de forma irresponsável nas redes sociais, expondo a vítima.

A corporação reafirma seu compromisso com o enfrentamento aos crimes de natureza sexual e assegura que adota uma política de tolerância zero para qualquer conduta que viole os direitos humanos ou afronte a dignidade de suas integrantes.

 


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