Caso Dani Li: advogado diz que médica e equipe fazem parte de organização criminosa
Janderson Kássio intitula grupo de ‘Farra das Cirurgias Plásticas’ e revela que procedimentos realizados por eles custam menos de 50% do valor de mercado
Elen Costa
Da Redação
O advogado Janderson Kássio, que atua para a família da cantora Dani Li, participou neste sábado, 3, do Programa ‘Togas e Becas’, da Diário FM 90,9.
Janderson detalhou sobre as diligências realizadas até o momento e que devem apurar as circunstâncias da morte da artista e responsabilizar os envolvidos, no que ele chamou de negligência médica.
“Recebemos relatos de mais de 30 mulheres que passaram por procedimentos com essa médica. Foram procedimentos mal sucedidos, que deixaram essas vítimas com necrose mamária, na parte abdominal, ou que não retiveram um resultado satisfatório, e a médica não faz a devolução do valor. Há uma série de situações, incluindo a vida pregressa, não só dela, como do anestesista e de toda a equipe”, detalhou.
A médica Luciana de Freitas Silva é formada pela Universidade Federal do Paraná e possui registro no Conselho Regional de Medicina (CRM). Nas redes sociais, a cirurgiã se apresenta como pupila do doutor Ivo Pitangui. Mas, segundo declarações do advogado da família, contra ela há muitos problemas e queixas em relação a procedimentos.
“Isso me dá uma prenunciação de que alguma coisa está errada, principalmente pelas condições do local onde Dani Li foi operada e por todo esse histórico”, enfatizou.
Até semana passada, três pessoas tinham prestado depoimento, porém o Inquérito Policial que elucidará o fato não havia sido instaurado, haja vista que a polícia ainda estava apurando fatos necessários.
A expectativa é de que nos próximos dias a cirurgiã plástica Lucia de Freitas e parte da equipe sejam ouvidas.
Janderson revelou que ao chegar no Paraná encontrou uma investigação desnorteada e acredita que a distância geográfica e a velocidade com que o procedimento acerca do translado do corpo aconteceu, tenham levado as diligências para um caminho tortuoso.
“Quando a delegada solicitou, por exemplo, o laudo necroscópico, o corpo já estava em São Paulo. Então percebemos que todos os procedimentos foram feitos muito rapidamente, ao arrepio do que era razoável”, disse o advogado.
Um dos pontos ápices da entrevista foi quando Janderson Kássio declarou que acredita que Luciana de Freitas e sua equipe façam parte de uma organização criminosa que ele intitulou de ‘Farra das Cirurgias Plásticas’. De acordo com o advogado, os procedimentos realizados por eles custam menos de 50% do valor de mercado.
“Dani pagou 25 mil numa cirurgia que, em média, custa 60 mil”, disse.
O esquema, segundo Janderson, funciona por meio da captação de mulheres em grupos de whatsapp.
“A médica tem pessoas especificas para isso, inseridas em grupos com mais de quatrocentas pessoas. Elas chamam essas mulheres pra Curitiba, oferecendo os serviços a baixo custo e, acreditem se quiserem, tem até ‘black friday'”, revelou Janderson.
Ele disse já que identificou cinco pessoas que atuam na ‘organização’. Uma delas seria responsável financeira e é quem distribui o valor entre a equipe.
“Inclusive, Luciana e Nelson, o anestesista, trabalham há muitos anos juntos, respondem a processos juntos, um sempre imputando a culpa ao outro, mas, estranhamente, continuam atuando juntos”, revelou.
O advogado contou que pedirá a responsabilização de todos, incluindo as unidades hospitalares e as pessoas que intermediaram o contato com a cantora Dani Li.
“A princípio iremos trabalhar de forma paralela com as investigações, tomamos algumas medidas dentro do CRM e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, mas ainda de uma forma muito incipiente, apesar de alguns pedidos específicos”, disse Janderson, acrescentando que pretende aguardar o avanço das investigações policiais, para ter uma conclusão mais específica e produzir mais provas para robustecer o inquérito.
“A partir daí, iremos adentrar com a ação de indenização cível por danos morais, lucro assentastes, pois ela era uma artista, tinha muitos anos de vida pra produzir, pra ganhar dinheiro e deixou uma filha de sete anos de idade”, ponderou.
“Esse é o liame que gera o nexo de causalidade a ação resultado para uma ação de responsabilidade cível como também a responsabilização criminal para negligência, senão, pela imprudência da médica em fazer o ato cirúrgico naquele lugar”, enfatizou.
O advogado Janderson revelou que objetiva fazer o pedido de uma pensão com urgência para a filha da artista, levando em consideração que Dani Li era a provedora do lar.
“Mesmo ela tendo o pai, houve uma diminuição da renda e o aumento da responsabilidade financeira que ele veio assumir, fora a questão emocional, pois a criança está abalada psicologicamente e pergunta todos os dias pela mãe e não tem resposta em relação a isso”, finalizou, dizendo que trabalha na possibilidade de tratar o caso como homicídio doloso, quando há a intenção de matar.
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