Polícia

Caso tenente Kleber: militar acusado do crime será julgado na próxima segunda-feira, 23

Réu cumpre prisão preventiva e responde à ação penal pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio doloso contra o filho do policial morto, que tinha quatro anos de idade


 

Elen Costa
Da Redação

Acontecerá na próxima segunda-feira, 23, o julgamento do major da reserva da Polícia Militar, Joaquim Pereira da Silva, de 62 anos, acusado de ter assassinado a tiros, em fevereiro de 2022, o tenente da mesma instituição, Kleber dos Santos Santana, que na época dos fatos estava com 42 anos de idade.

 

‘Xamã’, como é conhecido o major, será levado à Júri Popular em uma sessão prevista para iniciar às 8h no Fórum de Macapá.

 

O réu cumpre, desde o dia 23 de março, prisão preventiva por decisão da magistrada titular da Vara do Tribunal do Júri, juíza Lívia Freitas. Xamã responde à ação penal pelos crimes de homicídio contra Kleber Santana, e de tentativa de homicídio doloso contra o filho do policial morto, que tinha quatro anos de idade. O menino presenciou o crime, ficando na mira dos disparos, mas não foi atingido.

 

Relembrando caso

O fato ocorreu no dia 24 de fevereiro de 2022, no cruzamento da rua Odilardo Silva com a avenida Cora de Carvalho, no centro da capital.

 

O militar assassinado estava com o filho no banco de trás do carro, quando foi atingido com os disparos efetuados pelo major da reserva, Pereira da Silva.

 

Após os tiros, Xamã teria fugido do local do crime,  apresentando-se às autoridades policiais no dia seguinte.

 

De acordo com a denúncia ofertada pelo Ministério Público do Amapá, a autoria do homicídio foi comprovada pelos diversos depoimentos de testemunhas oculares  do  fato, imagens de câmeras de segurança,  registros feitos pelos celulares de  populares, bem como a confissão do  denunciado e demais elementos informativos colhidos no bojo do procedimento.

 

Já segundo a defesa do acusado, a ação ocorreu em virtude de legítima defesa, uma vez que, na versão de Xamã, a vítima teria apontado uma arma de fogo em sua direção.

 

Outro lado

Em uma carta aberta os familiares do major Pereira disseram que Há momentos de falar e há momentos de calar, e que entendem o quanto o ocorrido destroçou duas famílias.

 

Na carta, os familiares de Xamã dizem que são conhecedores da história de vida, da índole e da integridade do mesmo, e que optaram por ficar em silêncio todo este tempo, por respeito à dor que essa fatalidade causou à família da vítima.

 

“Nós acreditamos na inocência dele, pois sabemos que sua conduta foi para defender sua própria vida. Sem qualquer tipo de interferência ou objeção, aguardamos as autoridades constituídas concluírem as investigações necessárias para o esclarecimento dos fatos e respeitamos o devido processo legal. Nosso silêncio sempre foi uma forma de demonstração de respeito, uma vez que vivemos os princípios cristãos, os quais  sempre guiaram a conduta de nossa família”.

 

A família afirma que é perceptível que Xamã agiu em legítima defesa.

 

“As provas são demonstradas de maneira inequívoca e a decisão judicial reconhecerá a improcedente acusação feita a Joaquim. Ele reagiu ao ter sua vida ameaçada por alguém que portava uma arma de fogo. Não houve em nenhum momento uma discussão no trânsito como alguns sustentam. Ele simplesmente se protegeu pois como agente de segurança pública, estar em alerta é uma premissa básica, ensinada à corporação. Após os disparos dados com os veículos em movimento, ele desceu do seu carro para se proteger, como preconiza o treinamento militar, pois estava em risco de vida.

 

Por fim, nós da família do Joaquim, pedimos respeito e clamamos também por uma Justiça imparcial onde a verdade dos fatos não seja tão somente propalada, mas, sobretudo, comprovada e que se cumpra verdadeira e justamente a Lei”.

 


Deixe seu comentário


Publicidade