Coordenadora do Gaeco detalha Operação Octopus; seis alvos estão foragidos
A operação apura uma organização criminosa investigada por crimes como fraude em licitações; organização criminosa, falsidade documental e ideológica, corrupção ativa e passiva, prevaricação e lavagem de dinheiro.

Elden Carlos
Editor-chefe
Entre as seis pessoas foragidas está a primeira-dama de Ferreira Gomes, Irrane de Almeida Pereira. A operação apura uma organização criminosa investigada por crimes como fraude em licitações; organização criminosa, falsidade documental e ideológica, corrupção ativa e passiva, prevaricação e lavagem de dinheiro.
Ao lado de representantes das forças de segurança pública do Amapá, a promotora de justiça do Ministério Público do Estado, Andrea Guedes, coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), reuniu a imprensa na tarde desta sexta-feira (23) para detalhar o resultado parcial da Operação Octopus, que foi deflagrada para cumprir 50 mandados de busca e apreensão e 12 mandados de prisão preventiva contra servidores públicos, empresários e outras pessoas ligadas à uma organização criminosa responsável pela sangria, desde 2019, dos cofres da prefeitura de Ferreira Gomes.
Tentáculos
Além do município tido como epicentro do escândalo, as forças de segurança miraram alvos nos municípios de Macapá, Cutias do Araguari, Santana, Itaubal e Tartarugalzinho.
“É uma organização criminosa formada a partir da prefeitura de Ferreira Gomes, mas com tentáculos em outros municípios do Amapá. São servidores públicos, empresários e outras pessoas envolvidas em um esquema que sangrou os cofres públicos daquele município, causando um roubo cujas cifras são milionárias, mas ainda não podemos falar em números absolutos”, disse a coordenadora do Gaeco.
Crimes
Segundo a promotora de justiça, os investigados respondem a diversos crimes, sendo que a partir dos desdobramentos, novos elementos podem surgir, ampliando o leque de ações ilícitas praticadas pelos envolvidos.
“Temos crimes de várias naturezas. Veja bem, todos eles iniciam a partir, principalmente, das fraudes em licitações para obras públicas. Estamos falando de crimes como organização criminosa, falsidade documental e ideológica, corrupção ativa e passiva, prevaricação e lavagem de dinheiro. No decorrer da investigação vamos apurar a participação de cada elemento para poder enquadrá-los conforme os crimes praticados”, assegurou.
Buscas, prisões e apreensões
A coordenadora do Gaeco explicou que mais de duzentos agentes públicos da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e polícias Militar e Civil, foram divididos em equipes para cumprir as ordens judiciais.
“Nos reunimos ainda durante a madrugada quando as equipes receberam as instruções e seguiram para os destinos, tanto na capital, quanto no interior. Todos os mandados de busca e apreensão foram cumpridos. Seis dos 12 mandados de prisão preventiva foram executados. Porém, seis pessoas são consideradas foragidas. Apreendemos um farto material como mídias, computadores, documentos e dinheiro de origem supostamente ilícita em órgãos públicos, mas, principalmente, em domicílios. Pastas documentais que deveriam estar em secretarias foram localizadas nessas residências e isso nos causou maior espanto”, acrescentou.
Primeira-dama foragida
O Diário apurou que um dos alvos de mandado de prisão preventiva é a primeira-dama do município, Irrane de Almeida Pereira, esposa do prefeito reeleito, Divino Rocha. O nome dele não aparece na lista de mandados de prisão. No dia 4 de janeiro deste ano ela foi nomeada secretária Municipal de Assistência Social. Irrane não foi encontrada pela polícia e é considerada foragida. A promotora disse que não pode detalhar o envolvimento individual dos investigados porque parte do processo segue em segredo de justiça.
Operação não atingiu prefeitura de Macapá
A promotora Andréa Guedes, ainda no início da entrevista, foi enfática ao afirmar que a Operação Octopus não tem relação com a prefeitura de Macapá, como chegou a ser mencionado e até afirmado nas redes sociais. Ela explicou que a operação mirou pessoas envolvidas em seis cidades, mas não necessariamente tem relação com as prefeituras desses municípios.
“É importante deixar muito claro que, diferente do que foi divulgado em algumas redes sociais, essa operação não tem nenhum tipo de investigação relacionada à administração municipal de Macapá, inclusive, ao período a qual ela é originária [2019]. O que temos aqui, na capital, são pessoas ligadas aos crimes cometidos no município de Ferreira Gomes”,esclareceu.
Imagens: Joelson Palheta
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