Polícia

Defesa sustenta homicídio privilegiado e não qualificado na mo

Criminalista que defende modelo afirma que vítima e acusado tinham relacionamento homoafetivo há quatro meses


A defesa do modelo Sérgio Luiz Ribeiro Silva, 21 anos, que confessou ter assassinado no final do mês passado o fisioterapeuta e carnavalesco Francisco das Chagas, 48 anos, no distrito de Fazendinha, confirmou na manhã deste sábado, 6, durante entrevista ao programa Togas e Becas, na Diário 90.9 FM, que o delegado Ronaldo Coelho, presidente do inquérito que apura o crime, afastou definitivamente a possibilidade de indiciar o modelo pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte) como chegou a ser cogitado no início das investigações.

Por telefone, o titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa (Decipe) confirmou que essa acusação está descartada. “Não houve um crime de latrocínio, isso está comprovado. Porém, será mantido o indiciamento por homicídio qualificado, furto, e ocultação de cadáver. Ainda temos mais alguns dias para concluir o inquérito, mas esses pontos do indiciamento estão amarrados”, disse Ronaldo Coelho.

O advogado criminalista Wagner Gomes (foto), afirmou que a defesa trabalha no sentido de retirar, também, a acusação de furto, sustentando que o crime foi passional, ou seja, que vítima e acusado tinham uma relação afetiva.

“O Sérgio e a vítima tinham uma relação homoafetiva. Esse relacionamento já durava quatro meses. O crime, inclusive, ocorreu no calor de uma discussão enquanto eles mantinham uma relação sexual, então, não houve furto e muito menos latrocínio. Foi uma fatalidade”, declarou o criminalista.

Wagner Gomes também afirmou que a defesa vai atuar com a tese de homicídio privilegiado e não qualificado, como deve ocorrer na fase policial. “Iremos levar a tese de homicídio privilegiado para o julgamento. Nós concordamos que houve um crime, sim, houve, mas queremos um julgamento justo”, pediu o defensor.

No homicídio privilegiado, o crime é cometido, segundo a defesa, sob o domínio de uma compreensível emoção violenta, compaixão, desespero ou motivo de relevante valor social ou moral, que diminuam sensivelmente a culpa do homicida.

“Existia uma relação de confiança entre as partes, tanto que o Sérgio tinha as chaves da casa do Chagas. Como eram namorados, a vítima costumava dar presentes para meu cliente. Não houve subtração de objetos da casa. Era uma relação amorosa, repito”, reafirmou.

Quanto ao laudo da Polícia Técnico Científica (Politec) que derrubou a versão do modelo que declarou ter usado cocaína na noite do assassinato o advogado explicou: “Não queremos colocar em xeque a perícia, mas o uso da cocaína teria sido feito no sábado. O exame só feito na segunda ou terça, então, é algo que para nós é irrelevante nesse momento. Mas é uma discussão jurídica que teremos à frente”, concluiu.


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