Polícia

Detento é morto em cela do Iapen; clima é de tensão na cadeia

Vítima teria sido morta após desrespeitar a mulher de outro preso durante horário da visita. Existe uma ameaça de retaliação contra 16 presos. Direção da cadeia não fala sobre o caso


Agentes penitenciários confirmaram no início da tarde desta segunda-feira (16) a morte do detento Alan Trindade, de 25 anos, o ‘Muruzinho’, que foi assassinado dentro de uma cela do Pavilhão provisório P1, onde ele estava preso pelo crime de assalto (Art.157).

Murunzinho dividia a cela com outros 16 presos. O Diário procurou a direção do presídio, mas ninguém quis comentar o caso, afirmando que o diretor da cadeia, Jeferson Dias, estaria de férias e ninguém tinha autorização para gravar entrevista.

Dois agentes penitenciários que aceitaram falar, sem serem identificados, afirmaram que a vítima teria desrespeitado a esposa de um detento durante o horário de visita no domingo (15), e que o crime teria sido orquestrado por esse preso.

Por volta de 10h da manhã desta segunda-feira, Murunzinho teria sido imobilizado pelos companheiros de cela. Eles teriam usado uma toalha para cobrir o rosto da vítima enquanto despejavam água sobre o pano. O detento teria morrido por asfixia mecânica.

“Houve a participação dos presos que estavam na cela. Porém, apenas o detento que teve a mulher desrespeitada assumiu o assassinato. Isso acabou criando um clima de tensão na cadeia”, revelou um dos detentos ouvidos pelo Diário.

Na semana passada houve uma reunião entre líderes de pavilhões e a cúpula da segurança pública do Estado e Ministério Público. Entre os objetivos da reunião, estaria uma ação para evitar rebeliões e assassinatos na cadeia, a exemplo do que vem ocorrendo em outros estados.

Porém, os próprios agentes declararam que os líderes dos pavilhões estão descontentes com a decisão dos presos do P1, e que a um temor de retaliação na cadeia. A guarda foi reforçada, já que os 16 presos teriam sido ameaçados de morte.


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