Família diz que Dani Li foi vítima de negligência médica
A cirurgia plástica era um sonho pessoal da ‘Musa da Amazônia’, que estava em plena ascensão na carreira, pagando a quantia de R$ 25 mil pelo procedimento
Elen Costa
Da Redação
A família de Dani Li afirma que a artista foi vítima de negligência médica. Por telefone, a irmã da cantora conversou com a equipe do Diário Do Amapá e disse que conheceram a doutora Luciana de Freitas Silva, responsável pelo procedimento cirúrgico que resultou na morte de Dani Li, em um grupo de whatsapp.
Dariane Machado – Irmã de Dani Li
“Nós fazíamos parte de um grupo de cirurgias plásticas onde essa médica também era integrante. Inclusive, eu estava me programando para, ainda neste ano, fazer um procedimento com ela, também. Eu sei que nada vai trazer a minha irmã de volta, mas nós precisamos que justiça seja feita”, disse Dariane Machado.
“São informações que precisamos ter um pouco de cautela, até mesmo para não atrapalhar nas investigações e naquilo que for necessário para dar o suporte jurídico para a família. Ao que parece, pelo que pesquisaram em relação a essa médica, ela tem contra si essas ações, mas não é nada confirmado, ainda”, ponderou Janderson Kássio, advogado contratado pela família da artista.
Dani Li saiu de Macapá acompanhada de uma amiga na madrugada de sexta-feira, 19, com destino a Curitiba, no Paraná, onde chegou por volta das 10h. As 12h ela já foi submetida ao procedimento.
Advogado Janderson Kássio
“Inicialmente a cirurgia era na região abdominal e na parte das costas, uma espécie de lipoaspiração considerável, e também nas mamas, a redução do órgão. Durante o procedimento ela teve uma complicação, a saturação dela baixou para 75%, os batimentos cardíacos ultrapassaram os 200 por minuto e já se entrou num colapso naquele momento. Então, em tese, isso ainda precisa ser verificado, confirmado, a Dani recebeu uma carga excessiva de sedativo para a conclusão da cirurgia. Quando a operação foi concluída, ela foi levada para o quarto do hospital, onde permaneceu por cerca de cinco horas sem os devidos cuidados médicos iniciais, porque nessa clínica não tinha UTI, e daí não acordou mais”, detalhou Janderson.
Ainda segundo o advogado, após isso, a artista foi encaminhada para outro hospital, onde havia uma Unidade de Terapia Intensiva, e, só então, passou a receber os procedimentos médicos necessários.
“Ela ficou internada durante os cinco dias, até vir a falecer. Agora, iremos nos deslocar até Curitiba para adotar as medidas jurídicas necessárias em relação à fiscalização da clínica; iremos reunir com a direção e médicos das unidades; faremos uma intervenção no Conselho Regional de Medicina e junto às autoridades policiais para averiguar, inclusive, a situação desses supostos processos em relação à médica; saber em quais condições essas cirurgias foram feitas, saber se essa clínica tem credenciais, se tem legalidade ou não tem. Portanto, essa é a nossa missão, a função do nosso trabalho advocatício”, particularizou.
A cirurgia plástica era um sonho pessoal da ‘Musa da Amazônia’. A cantora, que estava em plena ascensão na carreira, pagou a quantia de R$ 25 mil pelo procedimento.
O corpo de Dani Li será transladado nesta sexta-feira, 26, para Macapá, onde será velado e sepultado. A família ainda não revelou onde vai ser a cerimônia fúnebre e as últimas homenagens à cantora.
“O marido dela e outros parentes, que foram pra lá após saber que a operação não foi bem sucedida, regressam junto com o corpo e nós ficaremos lá para tomarmos a frente e iniciarmos todas as medidas jurídicas que serão adotadas”, expôs o advogado.
Os trâmites para trazer o corpo de Dani Li para o Amapá e as passagens aéreas dos advogados da família da artista foram custeados pelo governo do estado e pelo vereador Claudiomar Rosa.
Maria Danielle Fonseca Machado, mais conhecida como Dani Li, a Musa da Amazônia, tinha 42 anos de idade e morreu nesta quarta-feira, 24, em um hospital de Curitiba, no Paraná, depois do procedimento cirúrgico que fez último dia 19.
A cantora nasceu no município de Afuá, no estado do Pará, e começou sua carreira aos cinco anos de idade. Aos 15, veio para a capital amapaense e formou sua primeira banda. Dois anos depois montou sua segunda banda e em 2008 começou carreira solo. No ano de 2011 mudou seu nome artístico de Dani Furacão.
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