Foragido da justiça é morto em confronto armado com o Bope

Elden Carlos

Editor de Polícia

Imagens: Jair Zemberg

 

O foragido de justiça Werlesson Ferreira do Nascimento, de 20 anos, o ‘Nandinho’, morreu na madrugada desta quarta-feira (21) durante um confronto armado com policiais do Grupo de Intervenções Rápidas Ostensivas (Giro) do Batalhão de Operações Especiais (Bope) em uma passarela localizada no final da rua Professor Tostes, bairro Jesus de Nazaré.

De acordo com o tenente PM Jonas, a equipe havia recebido uma informação de que o elemento estava em frente a uma residência portando uma arma de fogo. “Quando chegamos ao endereço o foragido abriu fogo contra a equipe que revidou à injusta agressão. Ele acabou alvejado no revide, foi socorrido e encaminhado ao Hospital de Emergências”, disse o tenente do Bope.

Nandinho não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo. O corpo foi removido para o Departamento de Medicina Legal (DML) da Polícia Técnico Científica (Politec) para ser necropsiado.

Nandinho estava com a prisão preventiva decretada e era considerado foragido pelas autoridades. Ele respondia atualmente pelo crime de roubo majorado e corrupção de menor. Com ele a polícia apreendeu um revólver calibre 22 com 6 munições deflagradas.

Vida de crimes

O Portal Diário já havia publicado na terça-feira (20) uma matéria sobre ‘Nandinho’ e um comparsa dele, conhecido pela alcunha de ‘Andinho’, os quais são suspeitos de cometer mais de 40 assaltos somente no bairro Brasil Novo. A matéria foi publicada na edição impressa desta quarta-feira (21) do Diário.

Denúncias

Moradores, e, principalmente, comerciantes do bairro Brasil Novo, na zona oeste de Macapá, estão apreensivos com a ação criminosa e violenta de dois elementos conhecidos como ‘Andinho’ e ‘Nandinho’, que passaram a promover uma onda de assaltos em série naquela região. Eles já cometeram mais de 40 assaltos na região.

Atualmente, Werlesson Ferreira do Nascimento, o Nandinho, o ‘Nandinho’ (foto) era procurado pelo crime de roubo majorado, de acordo com o mandado de prisão preventiva nº 21673-95.2017.8.03.0001.0001 expedido pela 1ª Vara Criminal de Macapá, e que aguarda cumprimento.

O último registro de assalto da dupla foi feito no dia 18 deste mês, em um mercantil, onde a ação foi gravada pelas câmeras de segurança. Nas imagens é possível observar que os criminosos atuam com emprego de armas de fogo e utilizam uma motocicleta para fugir rapidamente.

“Eles agem sempre com ameaças e muita violência. Parecem não se importar se de repente a polícia aparecer. É como se estivessem ali para matar ou morrer, tanto faz. Meu comércio já foi assaltado seis vezes por eles dois. Resolvi baixar as portas e mudar de bairro. Temo que um dia eu ou alguém da minha família seja morto por eles”, relatou uma comerciante que terá o nome preservado.

“Estamos pedindo ajuda do BRPM e do Bope. Aqui na região do Lago Verde existem famílias inteiras abandonando suas casas com medo da ação desses marginais. Imagine que uma casa que hoje está avaliada em cerca de R$ 100 mil o dono quer vender por R$ 20 mil. Ele mudou com a família daqui depois de ter a casa invadida pelo Andinho e o Nandinho. Eles disseram que se ele procurasse a polícia, que voltariam e matariam todos na casa. Estamos vivendo sob as regras desses vagabundos. A polícia precisa colocar as mãos neles antes que uma desgraça maior aconteça”, declarou uma líder comunitária que também pediu para não ser identificada.

Segundo a polícia, ambos os elementos denunciados são foragidos e respondem por crimes como homicídio (Art.121), furto (Art.155), assalto (Art.157) e outros delitos considerados gravíssimos.

“Já temos todas essas informações sobre esses elementos e estamos em busca deles. Ocorre que eles migram de uma área para outra rapidamente, por isso é imprescindível que a população nos ajude com denúncias. Sabemos, também, que o dinheiro desses assaltos fomenta o comércio de drogas e o aluguel de veículos e armas. Estamos atentos a isso e vamos dar a resposta que a população necessita. Logo eles serão presos”, assegurou em entrevista ao Diário o subtenente PM Adriano, do Batalhão de Rádio Patrulhamento Motorizado (BRPM).

A violência no bairro Brasil Novo também transpassou os muros das escolas. “Existem relatos de que muitos alunos estão sendo obrigados a usar drogas dentro do banheiro das escolas por pessoas ligadas a traficantes. Primeiro eles viciam, depois os recrutam para se tornarem ‘bombinhas’. Nós, que somos educadores, nos sentimos também ameaçados dentro da nossa própria escola”, revelou uma professora de 37 anos.

“Nós precisamos de uma grande operação aqui no Brasil Novo. Não é possível que meia dúzia de bandidos tenha todo esse poder de acuar uma comunidade inteira. Somos trabalhadores, pais e mães. Não cabe a nós enfrentá-los, por isso, estamos pedindo ajuda do Estado nesse caso”, pediu o carpinteiro Elienai Santos Lucena, de 42 anos, que há sete meses foi esfaqueado no bairro durante uma tentativa de assalto.

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