Grupo que explorava madeira em Reserva Extrativista é preso em flagrante
Ação é resultado da operação Tríplice Fronteira ICMBio em conjunto com Polícia Civil, através da 1ª Delegacia de Laranjal do Jari
Elen Costa
Da Redação
Cinco pessoas foram presas em flagrante por corte e processamento de madeira ilegal na Reserva Extrativista (Resex) do Rio Cajari, distante cerca 30 quilômetros da sede do município de Laranjal do Jari. Além do grupo, a polícia também apreendeu duas motos usadas para o transporte dos serradores, cinco toras de madeiras das espécies maçaranduba, quaruba e angelim, duas motosserras e combustível.
No local foram destruídas as instalações estabelecidas para abrigar os serradores.
A apreensão é resultado da operação Tríplice Fronteira capitaneada pelo Instituto Chico Mendes da Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em conjunto com a Polícia Civil do Estado do Amapá, através da 1ª Delegacia de Laranjal do Jari.
A operação visa combater o desmatamento ilegal, caça e outras atividades ilícitas ambientais, eventualmente ocorridas dentro da Reserva Extrativista.
De acordo com coordenador da Unidade de Conservação, Francisco Edemburgo, o local da apreensão é uma região muito cobiçada por possuir diversas espécies florestais de interesse madeireiro, além da fauna exuberante que atrai caçadores do Vale do Jari.
O coordenador ainda ressaltou que há muito tempo o ICMBio vem recebendo denúncias de moradores da reserva dando conta de que pessoas de fora da região estariam entrando, mediante ameaça, dentro da unidade, para extrair madeira e caçar, coagindo os moradores, caso esses denunciassem a ação.
Com as reiteradas denúncias, o coordenador deflagrou a operação para retirar os infratores do local. Edemburgo acrescentou que a Reserva Extrativista do Rio Cajari é uma unidade de conservação federal, área protegida por Lei, onde sempre haverá ação de fiscalização integrada entre vários órgãos para coibir o cometimento de ilícitos e crimes ambientais no seu território.
O coordenador destacou que os infratores utilizam o trajeto da Linha de Transmissão (Linhão) e, a partir dele, abrem dezenas de sub-ramais para retirada ilegal de madeira.
O delegado Romie Bradley, titular da 1ª DPLJ, informou que a Polícia Civil, há algum tempo, coopera em conjunto com ICMBio para fazer a fiscalização dentro da Resex do Rio Cajari e que na ocasião da Operação Tríplice Fronteira, a partir de informações de inteligência, as equipes da 1ªDPLJ e ICMBio fizeram adentramento em ramal conhecido como ‘Sabiá’, suspeito de uso deexploração madeireira e que, em determinado momento, os sons de motosserras começaram a ecoar dentro da floresta, o que dirigiu as equipes para ramais secundários, onde os suspeitos foram presos em flagrante, alguns ainda cortando a madeira com a motosserra na mão.
As equipes também encontraram nas proximidades dois ramais para escoar cargas pesadas, o que demonstra que o grupo estava articulando a passagem do material ilegal de dentro da Reserva Extrativista.
Em relação ao crime, o delegado ressaltou que os flagranteados responderão por causar dano direto à unidade de conservação, de acordo com art. 40 da Lei dos Crimes ambientais.
Os presos passarão por Audiência de Custódia e ficarão à disposição do Judiciário Federal. Agora o ICMbio irá encaminhar relatório para o Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF) para apurar quem comandava a exploração ilegal de madeira dentro da Unidade de Conservação Federal.
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