Polícia

Mangas é condenado a mais de 24 anos de prisão pela morte da cabo Emily

O ex-policial cumprirá pena em regime fechado, sem direito de recorrer em liberdade


Fotos: Elen Costa, Arquivos DA e Reprodução

 

Elen Costa
Da Redação

 

Kássio de Mangas dos Santos, de 34 anos de idade, que confessou ter assassinado a ex-namorada, a cabo da Polícia Militar Emily Karine de Miranda Monteiro, foi condenado a 24 anos e 9 meses de prisão, inicialmente, em regime fechado, sem  direito a recorrer em liberdade.

 

 

A sentença foi anunciada no fim da noite desta segunda-feira (22), ao término do julgamento, pela juíza Lívia Freitas.

 

Mangas também foi condenado a 11 meses e 21 dias de detenção por fraude processual, e pagará multa no valor de R$ 13,5 mil aos pais da vítima.

 

O júri, composto por sete homens, decidiu que o ex-militar é culpado pela morte de Emily.

 

 

De acordo com a decisão da magistrada, o réu foi sentenciado e condenado por motivo torpe, meio cruel, premeditado, com pena base de 18 anos e 9 meses de reclusão, agravada para 24 anos e 9 meses, pelas qualificadoras e por culpabilidade. Foi juntado na dosimetria da pena, por na época dos fatos Kássio ser Policial Militar, detenção fixada em 11 meses e 21 dias. Somando 24 anos e 11 meses de Reclusão, e 11 meses de detenção posterior à de reclusão. Ele permanecerá preso, por não ter cumprido o mínimo para progressão da pena. A juíza declarou a perda do cargo na instituição, por incompatibilidade.

 

Na sessão, foram ouvidas quatro testemunhas arroladas pela acusação e uma defesa. O pai da vítima prestou depoimento apenas como informante.

 

A primeira a falar foi Oscarina Miranda, avó da cabo, que disse ter ouvido os disparos e visto Kássio deixando o local tranquilamente, alegando que estava tudo bem e que Emily estava dormindo.

 

Depois, foi a vez da cuidadora do avô da vítima, Jadnael Costa, que detalhou ter encontrado a PM na cama, coberta com uma manta à altura da cintura. “Bia”, como também é conhecida a mulher, contou que ouviu Emily balbuciar que não queria morrer.

 

 

Kelly Moraes, amiga da vítima e também policial militar, contou em sua fala que Emily a confidenciou que estava infeliz no relacionamento, devido ao ciúme excessivo e possessividade por parte do ex-namorado. Ela foi a última pessoa a falar com cabo.

 

Emocionado, o pai de Emily, Eudes Monteiro, falou apenas como informante. Ele declarou que se tivesse encontrado com o assassino da filha no dia do crime, o teria matado. Monteiro disse que horas antes de tirar a vida de Emily, Kássio Mangas esteve na casa dele e se despediu com um beijo no rosto.

 

Indicado pela defesa do ex-PM, o dono de um kitnet alugado pelo casal, Antônio Lopes, falou por pouco tempo e logo foi dispensado, assim como outras duas testemunhas que não foram ouvidas.

 

O interrogatório de Mangas durou cerca de duas horas. Ele confessou ter atirado na vítima. O mesmo alegou que o casal havia rompido e logo em seguida reatado o namoro. Contudo, ele desconfiava que Emily estava o traindo.

 

As partes tiveram uma hora e meia para os debates e abriram mão da réplica e da tréplica.

 

 

O crime

O crime aconteceu em um domingo, dia 12 de agosto de 2018, Dia dos Pais. Emily foi baleada por volta das 17h no quarto do kitnet que morava, no bairro Pacoval, em Macapá. Ela foi atingida com três tiros, um deles na cabeça, e morreu no Hospital de Emergências (HE).

 

Emily e Kássio tiveram um relacionamento de quase dois anos.

 

 

Após o crime, Mangas fugiu no carro de Emily, abandonando o veículo logo depois no terminal rodoviário.

 

 

No dia 14 de agosto de 2018, dois dias após o assassinato, ele se apresentou na Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM), onde foi ouvido e preso, já o mandado havia sido expedido pela Justiça.

 

 

Kássio foi encaminhado ao Centro de Custódia do Zerão, na Zona Sul.

 

Durante o processo foi descoberto que contra Kássio Mangas havia dois boletins de ocorrência por crime de violência doméstica. As vítimas eram duas ex-namoradas do ex-policial.

 

Na cadeia ele se envolveu em uma confusão com uma agente prisional, após uma discussão pelo uso de celular. Na ocasião, o preso teria ameaçado a agente.

 


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