Polícia

MP-AP e Polícia Civil prendem proprietário de clínica para reabilitação de dependentes químicos pelo crime de tortura

Havia 42 internos, sendo seis adolescentes e a investigação iniciou há seis meses, após inúmeras denúncias de prática de tortura no local.


Na manhã desta sexta-feira, 10, o Núcleo de Inteligência do Ministério Público do Amapá (NIMP), em parceria com a Polícia Civil do Estado, realizou uma operação para cumprimento de mandados de busca e apreensão no Centro de Reabilitação Macapá, localizado no bairro Brasil Novo. Os proprietários Iran Célio Marinho Brito e Francisco Charles Marinho Brito foram presos em flagrante pelo crime de tortura.

Havia 42 internos, sendo seis adolescentes e a investigação iniciou há seis meses, após inúmeras denúncias de prática de tortura no local.

Segundo o delegado da Polícia Civil, que deu suporte a operação, Celso Pacheco, diversos instrumentos, supostamente de tortura, foram encontrados no local, como algemas, spray de pimenta, palmatória, além de seringas e medicamentos controlados vencidos.

“Nós nos reunimos com os internos e conversamos longe dos monitores e dos proprietários da clínica sobre os acontecimentos, e todos foram uníssonos em nos relatar as situações de violência emocional, física e psicológica que sofreram diante de qualquer dificuldade em cumprir o que é chamado por eles de regras do local. Diante disso, iremos seguir com as investigações e definir o futuro dos internos da melhor maneira possível”, explicou a promotora de Justiça Andrea Guedes, coordenadora do NIMP.

Internos e familiares, bem como os monitores da clínica, seguem prestando depoimento no Ministério Público. A Vigilância Sanitária de Macapá também acompanhou a ação de hoje para averiguar as condições de salubridade no local. O referido laudo e as informações colhidas ao longo do dia subsidiarão o inquérito em andamento.

Sem alternativa para mudança de local, alguns internos permanecerão no Centro, mas sob os cuidados de outros monitores. O MP-AP fará o acompanhamento, junto às famílias, para evitar que as mesmas práticas voltem a ocorrer.


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