Mulher assassinada no JMZ pode não ter sido vítima de latrocínio, diz família
Familiares de Bruna Danielle, morta com uma facada no coração, pedem que polícia investigue o caso a fundo. Eles suspeitam que ela possa não ter sido vítima de latrocínio
Reportagem: Olívio Fernandes e Jair Zemberg
Texto: Elden Carlos
Fotos: Jair Zemberg
A família da líder comunitária Bruna Danielle Castro Pastana, de 26 anos, assassinada com uma facada no coração na tarde de terça-feira (14) na avenida Terra, bairro Jardim Marco Zero, zona sul de Macapá, pediu que a Polícia Civil (PC) aprofunde as investigações sobre o caso por acreditar que a jovem mãe de dois filhos não tenha sido propriamente vítima de um crime de latrocínio (roubo seguido de morte).
A afirmação foi feita na manhã desta quarta-feira à rádio Diário (90.9FM) pelo pai da vítima, José Elenildo Silva, de 58 anos, o ‘Munjoca’, que é presidente do Conselho Comunitário de Segurança Pública do bairro Congós.
“Esses elementos tinham uma rixa com o namorado da minha filha em razão de uma discussão. Suspeitamos que como eles não conseguiram cumprir a promessa de matá-lo – como haviam prometido – resolveram se vingar tirando a vida dela. Pelas imagens de uma câmera de segurança é possível ver um dos menores correr na direção da minha filha. A mãe dela, que a acompanhava, disse que o menor atacou pelas costas e que tinha como alvo mesmo a Danielle. Queremos apenas a verdade, e, claro, justiça para esse crime bárbaro. Não estamos afirmando que seja uma possível vingança, mas queremos esclarecer tudo isso. Se foi um latrocínio a polícia certamente irá confirmar”, disse Munjoca.
O corpo da líder comunitária é velado no Centro Comunitário de Segurança Pública do bairro Congós na manhã desta quarta-feira. O sepultamento ocorrerá às 17h no cemitério de São José, no bairro Santa Rita.
Vítima estava indo matricular o filho na escola
Bruna Danielle havia saído de casa por volta de 15h acompanhada da mãe. Elas iriam matricular um dos dois filhos da vítima em uma escola no bairro Jardim Marco Zero. Danielle levava uma bolsa grande à tira colo. Da escola ele seguiria para uma academia de ginástica.
Uma câmera de segurança de uma residência na avenida Terra registrou a passagem de mãe e filha pela avenida Terra. Assim que elas desaparecem da imagem, um menor de 17 anos surge correndo de uma rua paralela. Ele tira uma faca da cintura e investe contra Danielle. A ação do infrator dura menos de 10 segundos. Ele reaparece correndo na imagem com a arma em punho. Um comparsa dele, de 15 anos, estaria dando apoio logístico em uma bicicleta ali próximo.
A mãe de Danielle disse que o golpe atingiu o coração. “Foi muito rápido. Não sei se ele queria a bolsa da minha filha. O fato é que ao perceber a aproximação dele a minha menina tentou tirar a bolsa, mas acabou golpeada. Ele agonizou até a morte”, disse a mãe.
O corpo foi removido para o Departamento de Medicina Legal (DML) da Polícia Técnico Científica (Politec) para ser necropsiado.
Suspeitos localizados
Após o crime os suspeitos de agir na morte de Bruna Danielle fugiram de bicicleta. O condutor do transporte é um menor de 12 anos. Assim que o crime foi registrado, policiais militares iniciaram uma verdadeira caçada aos suspeitos. Com informações da população, homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope) conseguiram chegar ao endereço dos elementos.
A dupla estava homiziada em um barraco erguido em área de ponte no final da 12ª Avenida do bairro Congós. Um homem de 41 anos de idade que estaria dando guarida aos infratores acabou preso por acobertar os suspeitos e dar-lhes guarida.
O jovem que desferiu a facada disse na Delegacia Especializada na Investigação de Atos Infracionais (DEIAI) que queria apenas roubar a bolsa da mulher, mas que a esfaqueou no momento em que ela reagiu. O caso será apurado pela polícia.
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