Polícia

Mulher feita refém por assaltantes disse que pediu para eles orarem com ela

Dona do restaurante invadido por dois assaltantes disse que, apesar de estar com uma faca no pescoço, pediu calma aos criminosos. “Acalmem-se e orem comigo”, disse.


A dona do restaurante invadido e feita refém por dois bandidos na manhã de quarta-feira (3) no bairro Congós, zona sul de Macapá, disse em entrevista na manhã desta quinta-feira (4) ao programa LuizMeloEntrevista (Diário 90,9FM), que apesar dos momentos de tensão vividos, ela pedia ao assaltante Erivan Silva Correa, de 17 anos, que se mantivesse calmo e orasse com ela.

“Eu estava retirando o frango do freezer quando ouvimos os tiros. Em seguida os dois rapazes entraram correndo aqui e nos renderam. O que ficou com a faca no meu pescoço [Erivan] já estava ferido na perna. Eu pedi pra ele se acalmar e orar comigo. Ele sangrou muito e pedi para que ele se entregasse no sentido de ser atendido porque pedia muito sangue. Com o passar da hora ele foi ficando debilitado. Foi quando decidiu sair comigo. Ele disse que não me faria nada, mas que precisava que eu saísse com ele”, revelou Márcia Valente dos Santos, de 37 anos.

Ela disse que enquanto eles caminhavam o assaltante perdeu os sentidos e caiu. “Foi quando pedi a ele que me entregasse a faca. nesse momento peguei a arma e joguei para dentro de um comércio. Ai a polícia fez a prisão. Quando soube da morte dele chorei, porque, apesar de tudo, era um ser humano”, disse a comerciante.

Márcia Valente revelou ainda que além dela, havia três funcionários e dois filhos dela quando os bandidos entraram fugindo da polícia. Erivan morreu por volta de 13h45 no Hospital de Emergências de Macapá.

O caso

Dois bandidos armados fizeram duas mulheres e uma criança reféns na manhã desta quarta-feira (3) no interior de um restaurante localizado na rua Claudomiro Moraes, esquina com a 12ª avenida do bairro Congós, zona sul de Macapá.

Segundo o sargento PM R. Nunes, do 1º Batalhão de Polícia Militar (1º BPM) a dupla supostamente teria cometido um crime de roubo (Art.157) e durante a fuga se deparou com uma viatura do batalhão de quem tentou fugir. Durante o acompanhamento tático os criminosos caíram da motocicleta em que estavam e invadiram o local, tomando as vítimas como reféns.

O Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi acionado para iniciar as negociações. Durante o primeiro contato com os elementos houve um disparo de arma de fogo partido de dentro do restaurante. Por volta de 8h30 uma das reféns foi liberada. Ela apresentava manchas de sangue em um dos pés. Abalada ela não quis falar sobre o caso e foi atendida por uma equipe do Corpo de Bombeiros.

A polícia afirmou que a moto usada pelos criminosos consta com restrição de roubo.

Reportagem: Olívio Fernandes

Texto: Elden Carlos


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