Os moradores do conjunto habitacional Mucajá, na zona sul da capital, estão temerosos com o aumento do número de pessoas suspeitas de envolvimento com roubos e tráficos de drogas dentro do primeiro conjunto popular verticalizado de Macapá. Segundo a população, alguns apartamentos estão servindo como bocas de fumo que funcionam 24 horas. A lei do silêncio também deve ser respeitada sob pena de os “alcaguetes” sofrerem represálias.
A reportagem do Diário voltou ao conjunto nesta segunda-feira, 9, e a constatação é de que os problemas continuam os mesmos dos anos anteriores. Uma moradora de 32 anos de idade, que por medida de segurança não terá o nome revelado, afirmou que outros criminosos continuam agindo entre os blocos de apartamentos, e que o “comércio” do crime funciona em plena luz do dia.
Menores de idade estão servindo como executores de planos orquestrados por bandidos maiores de idade. É de lá que saem quadrilhas inteiras que vem cometendo ‘arrastões’ em bairros como Araxá e Santa Inês. A moradora revelou que após os assaltos cometidos em outros bairros os menores buscam abrigo nos apartamentos de pessoas ligadas aos criminosos.
“Quem ousa denunciar o paradeiro dessas pessoas pode até mesmo ser morto. Eu mesma já tive minha casa visitada por um homem que vende drogas no conjunto. Ele me abordou na porta do apartamento dizendo que a partir daquele momento estava tomando o prédio como ponto de venda de drogas. Se algum morador resolvesse falar isso à polícia seria duramente castigado”, revelou.
Além dos assaltos e da venda de drogas no conjunto que fica há poucos metros do comando da Polícia Militar, a prostituição infantil é outro esquema explorado pelos bandidos. “Os pais de meninas de 12,13 anos estão sendo obrigados a deixar suas filhas saírem à noite para se prostituir. Basta olhar a movimentação de carros altas horas”, disse. A violência descabida no local já resultou até mesmo em assassinatos no conjunto.
“Não adiantou nada subir o morro. Os problemas de antes, quando morávamos lá embaixo, subiram juntos. Precisamos de uma solução imediata”, concluiu.
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