Polícia

Norte e Nordeste são as regiões onde mais se comete assassinatos

Amapá está entre os estados em que a polícia mais comete violência


Segundo pesquisa divulgada pelo Ministério da Justiça, ontem, 15, estados do Norte e Nordeste concentraram mais de 50% dos homicídios dolosos ocorridos no Brasil em 2014, embora tenham somente 36,2% da população brasileira. As duas regiões tiveram 24.328 dos 46.881 assassinatos do país (51,9% do total). No Sudeste, Centro-Oeste e Sul, foram 22.553 homicídios no mesmo período.

O levantamento faz parte do Diagnóstico dos Homicídios no Brasil, elaborado pelo Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) do Ministério da Justiça. Esta é a primeira edição da pesquisa.

O documento foi elaborado em parceria com estados e municípios para ser usado como ferramenta para desvendar os motivos que levam aos homicídios e para elaborar políticas públicas de combate à violência.

De acordo com a pesquisa, o Nordeste é também a região com a maior taxa de mortes no país por grupo de 100 mil habitantes, com índice de 33,76. O índice é mais do que o dobro da região Sul: 14,36. A região Norte fica em segundo lugar, com 31,09 homicídios por grupo de 100 mil habitantes, seguida do Centro-Oeste, com 26,26, e Sudeste, com 16,91.

Países com históricos de guerra civil, como o Congo, e com altas taxas de homicídio associadas ao narcotráfico, como a Colômbia, possuem índices menores que o do Nordeste brasileiro. No país africano, a taxa é de 30,8 assassinatos para cada 100 mil habitantes; no sul-americano, 33,4.

Agressões por policiais
O Diagnóstico dos Homicídios no Brasil usa também dados da Pesquisa Nacional de Vitimização publicada em 2013. O levantamento aponta o índice de agressões e extorsões sofridas pela população por policiais. Os dados indicam as regiões com altas taxas de conflito entre policiais e a população.

Os piores percentuais, entre os entrevistados que declararam terem sofrido agressão ou extorsão por policiais militares ou civis alguma vez na vida, foram identificados no Pará – 14,7% do total. No Amazonas e no Amapá a taxa foi de 13,8% e 13,4%, respectivamente. O Rio de Janeiro apresentou índice de 13,1%. As menores taxas foram no Rio Grande do Sul, com 3,9%, e em Tocantins, 3,5%.

De acordo com o estudo, as unidades da federação que apresentam percentuais iguais ou maiores que 10% “devem estar atentas ao monitoramenteo de seus profissionais, bem como de suas políticas de pessoal, seja por meio de capacitações, de melhoria das condições de trabalho, de respeito aos direitos humanos, profissionais e trabalhistas de seu quadro, seja por meio das políticas de correição”.

Estudo
O diagnóstico apresenta indicadores que buscam levantar quais os fatores de risco que levam ao cometimento de crimes, como a presença de gangues e drogas, violência patrimonial, violência interpessoal, violência doméstica, presença do Estado e conflitos da polícia com a população.

O levantamento também apresenta dados sobre problemas como taxas de evasão escolar, morte por abuso de drogas ilícitas, consumo de álcool e violência doméstica. A pesquisa deverá ser usada para orientar na elaboração de políticas públicas de prevenção à violência.


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