Organização criminosa investigada por desvio de emendas atuou em pelo menos cinco estados, entre eles, no Amapá
Grupo seria chefiado por ‘Rei do Lixo’; empresário também teria influência sobre políticos e agentes públicos da Bahia, Goiás, Rio de Janeiro e Tocantins
O relatório da Polícia Federal (PF), que norteou a operação ‘Overclean’, apontou que a organização criminosa chefiada pelo empresário José Marcos Moura, conhecido como ‘Rei do Lixo’, tinha atuação em municípios de, pelo menos, cinco estados: Amapá, Bahia, Goiás, Rio de Janeiro e Tocantins.
Na última terça-feira, 10, foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão e 17 de prisão preventiva. As investigações revelaram que o grupo atua de forma sistemática e coordenada, desde 2021, e atinge outros organismos e entes da administração pública de diferentes estados da federação.
Inicialmente, foram apuradas irregularidades em uma contratação do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) da Bahia.
De acordo com os investigadores, o grupo movimentou R$ 1,4 bilhão e se dedicava a desviar verbas públicas de contratos de engenharia, inclusive por meio de emendas parlamentares.
No âmbito da investigação, a PF apreendeu cerca de R$ 1,5 milhão em espécie dentro de uma aeronave que fez o percurso Salvador-Brasília. Além do dinheiro, os policiais também encontraram no avião uma planilha.
O documento continha relação de contratos e valores, com menção a ‘MM’ (possível referência a Marcos Moura), totalizando mais de R$ 200 milhões em contratos suspeitos no Rio de Janeiro e Amapá.
O Rei do Lixo é empresário do setor de limpeza urbana, possuindo, através de suas empresas, contratos de prestação de serviço com diversos municípios brasileiros.
Na organização criminosa, ele é considerado um líder e articulador central, sendo responsável pelo financiamento, coordenação das atividades ilícitas, expansão e influência da rede criminosa em diversas esferas.
Segundo a representação, Marcos Moura possui ampla rede de contatos e influência política capaz de interceder junto a autoridades públicas em favor dos interesses da organização, facilitando o andamento de contratos e o desbloqueio de pagamentos.
O texto diz ainda que os elementos colhidos com a quebra de sigilo telemático demonstraram a atuação direta dele no direcionamento de contratações públicas em favor da sociedade empresária Larclean Saúde Ambiental, que é administrada por Alex Parente, nos estados do Amapá e do Rio de Janeiro.
Fonte CNN, Brasília
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