Polícia

PC começa a desvendar mistérios acerca da morte de empresário da construção civil em Macapá

Vítima foi assassinada em 2022, dentro do próprio carro, na frente da esposa


 

Elen Costa
Da Redação

 

A Polícia Civil (PC) começou a destrinchar o enigma que envolve o assassinato do empresário do ramo da construção civil, Odelson dos Santos Sales, ocorrido em junho de 2022.

 

Na manhã desta quinta, 3, agentes da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa (Decipe), chefiados pelo delegado Wellington Ferraz, titular da unidade, cumpriram quatro mandados de busca e apreensão em bairros da zona leste de Macapá e em celas dentro do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen).

 

 

A ação contou com apoio do Grupo Tático Prisional (GTP). Três pessoas acusadas de envolvimento na execução de Odelson, que tinha 61 anos de idade, foram presas. Uma delas foi flagrada com uma pistola 9mm e várias munições, por isso, foi autuada em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. As outras duas, apontadas como as executoras do crime, já estavam reclusas no Iapen, onde cumprem penas por roubo, tráfico de drogas e homicídio.

 

“Pelos levantamentos, esses indivíduos estavam na motocicleta que seguiu a vítima desde que ela saiu da casa de um parente, na zona sul da cidade. Eram eles que passavam as informações via telefone, para que os atiradores pudessem agir no momento exato”, revelou Ferraz.

 

Na delegacia, em depoimento, a dupla que teria atirado e matado o empresário negou a autoria do fato. O terceiro indivíduo também alegou que não teve participação no crime. Durante as buscas, vários telefones celulares foram apreendidos.

 

Sobre a motivação do assassinato, Ferraz explicou que Odelson sofria constantes ameaças por dívidas com agiotas e por não ter entregue imóveis a compradores.

 

 

“Essa vítima viveu dois momentos na vida: a primeira foi de sucesso. No auge da profissão ela foi bem sucedida, fez a entrega de grandes empreendimentos, prédios residenciais. O outro momento foi a decadência, o colapso financeiro, a ponto de não conseguir fazer mais nenhuma entrega. Com a falência, ela também contraiu muitas dívidas ao fazer empréstimos em altos valores, sem contar os inúmeros processos judiciais das pessoas que compraram apartamentos da empresa dele e tiveram seus sonhos frustrados”, descreveu o delegado.

 

Com a perícia feita no aparelho celular do empresário, ficou evidenciado que ele era ameaçado rotineiramente por investidores e agiotas.

 

“Nós tratamos esse caso como execução por acerto de contas. Montamos uma lista de suspeitos, eram muitos”, disse a autoridade policial.

 

A polícia já sabe que um mandante do crime pagou R$ 50 mil para que os pistoleiros matassem Odelson.

 

“Iniciamos a primeira fase dessa operação, chegando aos executores. Posteriormente, faremos o desdobramento dessa ação e daremos cumprimento à prisão da pessoa que encomendou a morte do empresário. Já temos um suspeito, mas vamos manter em sigilo para não atrapalhar as investigações”, garantiu Wellington Ferraz.

 

 

Relembre o caso

Odelson foi executado com seis tiros na noite de um domingo, 5 de junho, no cruzamento da rua Hamilton Silva com avenida Feliciano Coelho, no bairro do Trem.

 

A testemunha ocular do crime foi a esposa do empresário. Ela viu os atiradores encostarem a moto no semáforo, ao lado da caminhonete de Odelson, e dispararem contra ele.

 


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