Polícia

Polícia busca localizar ex-militar do Exército que atirou e matou idoso em Amapá

Sargento da reserva, Antônio Carlos Lima de Araújo, de 59 anos de idade, segue foragido


 

Elen Costa
Da Redação

 

A polícia está à procura do sargento da reserva do Exército Brasileiro, Antônio Carlos Lima de Araújo, de 59 anos de idade, que aparece em um vídeo atirando e matando Antônio Candeia Oliveira, que era conhecido como ‘Maranhão’, e que tinha 80 anos. O crime aconteceu na tarde do último sábado, 23, em uma fazenda no município de Amapá. A vítima foi assassinada a sangue frio e à queima-roupa, após desentendimento por causa da posse de terras.

 

“Desde que tomamos conhecimento dos fatos estamos em diligências na tentativa de capturar esse segundo acusado, que se encontra foragido, Inclusive, pedimos a colaboração da população para encontrar e prender esse indivíduo”, registrou o delegado Ruben Neves, diretor do Departamento de Polícia do Interior.

 

No mesmo dia, o marido da prefeita eleita da cidade, o médico veterinário e empresário Francisco Canindé da Silva, compareceu à delegacia para comunicar o fato, mas acabou preso em flagrante, pois, segundo as investigações preliminares, é o mandante do homicídio.

 

 

Canindé estava dentro da pick-up discutindo inicialmente com o idoso, mas, quem aperta o gatilho e executa o senhor, é o ex-militar, concunhado do empresário que, em depoimento, alegou que o autor em legítima defesa, já que Antônio Candeia, supostamente, teria sacado uma arma e atirado. Ele disse ainda que o ato foi a consequência de vários momentos de tensão sobre a disputa pelas terras.

 

Nas imagens captadas pelo celular de um assistencia social que estava com os acusados, Canindé, de dentro do carro, e a vítima, discutem sobre a negociação de um terreno. O bate boca é acompanhado por Antônio Carlos que está do lado de fora e, a todo o momento, fica com uma das mãos para trás. A discussão fica acalorada e, em seguida, o ex-militar empurra o idoso e, na sequência, dispara contra o mesmo.

 

Ferido, Antônio Candeia tenta reagir e tirar alguma coisa de uma sacola plástica que carregava, mas não teve tempo, pois foi agredido novamente pelo autor. Depois, ele aparece com um revólver na mão, porém, não efetuou nenhum disparo. O rapaz que filma se desespera e aos prantos grita: “Não faz isso! A gente não veio aqui pra matar ninguém”.

 

Canindé aparece saindo do veículo correndo. Ele foi enquadrado por homicídio qualificado, por motivo torpe. No domingo, 24, o mesmo foi submetido à audiência de custodia, onde teve a prisão em flagrante convertida para preventiva. Para o juiz plantonista, a liberdade dele colocaria em risco a integridade do processo. Ainda nesta semana, Canindé será transferido para o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen).

 

Para a polícia, o crime foi premeditado. Os acusados provocaram a vítima para que ela reagisse e eles alegassem legítima defesa. Na caminhonete, além de Canindé e Antônio Carlos, estavam outras três pessoas. O delegado responsável pelas investigações está analisando a participação e responsabilização de cada uma delas no homicídio.

 

“A autoridade que comanda o inquérito, até o momento não entendeu que aquelas pessoas queriam participar do crime. Mas, essa é uma conclusão que ele [delegado] só vai ter no final das investigações, após ouvir todas as testemunhas, colher todos os elementos, para aí, sim, saber se elas tinham conhecimento ou se estavam ali sem saber que o desfecho seria aquele”, explicou Neves.

 

A prefeita eleita do município de Amapá, Kelly Lobato, divulgou uma nota de solidariedade à família da vítima e pesar, lamentando a tragédia, dizendo que compartilha do sentimento de dor e indignação. Ela declarou que não apoia qualquer forma de violência e que confia nas autoridades que conduzem as investigações. Kelly Lobato finaliza a nota pedindo que a Justiça seja feita.

 


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