Polícia

Polícia cumpre mandados contra praticantes de crimes pela internet

Investigados criavam perfis em redes sociais utilizando imagem de estabelecimentos comerciais locais legítimos do ramo de material de construção para atrair vítimas


 

A Polícia Civil deflagrou nesta sexta-feira, 19, a Operação Apáte, que envolveu agentes da Delegacia de Repressão a Fraude Eletrônica (DRFE), da Delegacia Especializada em Crimes Contra o Patrimônio (DECCP) e da Polícia Penal. A ação resultou no cumprimento de nove mandados de prisão preventiva e três mandados de busca e apreensão.

 

As ordens judiciais foram cumpridas no Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), no Conjunto Macapaba e nos bairros Infraero e Buritizal, em Macapá.

 

 

A operação visou impor consequências a criminosos que atuam em meio digital e é um desdobramento da Operação Aleteia, deflagrada pela DRFE em abril deste ano.

 

De acordo com levantamentos policiais, os investigados atuavam mediante a criação de perfis em redes sociais utilizando a imagem de estabelecimentos comerciais locais legítimos do ramo de material de construção, por meio dos quais publicavam anúncios de vendas de itens – como cimento, tijolos, telhas e areia – por preço abaixo de mercado. Após breve conversa naquela rede social, as vítimas eram orientadas a continuar a negociação no WhatsApp. Depois da solicitação de dados pessoais dos interessados e fechamento do negócio, os golpistas indicavam chaves PIX para o recebimento dos valores das vítimas. Contudo, apesar dos pagamentos realizados, não recebiam os produtos adquiridos.

 

 

Foi verificado, em todos os casos, que não havia ação individual, mas armação orquestrada e ordenada de, pelo menos, dois a três autores, sempre contando com a participação de internos do Iapen e/ou familiares destes.

 

Além das vítimas (pessoas físicas), diversas lojas tiveram suas imagens afetadas negativamente pelas ações dos grupos, acarretando prejuízos ao comércio local.

 

Outra parte dos investigados atuava, ainda, na modalidade do falso comprovante de pagamento, abordando pessoas que anunciavam produtos em redes sociais e, após negociação com aquelas, recebiam os objetos – sobretudo por meio da contratação de motoristas de aplicativo – após o envio de falsos comprovantes. Quando a vítima percebia que não havia recebido a quantia acertada na conta indicada, os produtos já tinham sido levados e sido bloqueada nas redes sociais.

 

 

Ao final, após individualização de cada conduta, foram realizados 19 indiciamentos pelos crimes de fraude eletrônica e associação criminosa, podendo resultar na condenação de até 11 anos de reclusão, para cada investigado.

 

A operação foi batizada de Apáte que, na mitologia grega, era um espírito que personificava o engano, o dolo e a fraude. Foi junto com o seu correspondente masculino Dolos (o espírito das ardilosidades), um dos espíritos que saíram da caixa de pandora.

 


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