Polícia

Tenente suspeito de assassinato é preso no Ciosp

Tenente recebeu voz de prisão ao ser apresentado pelos advogados no Ciosp. Contra ele havia um mandado de prisão em aberto


O 1º tenente da Polícia Militar do Amapá (PM-AP), Dilermando do Carmo Luz, foi preso na noite de segunda-feira, 20, ao se apresentar com um grupo de advogados no Centro Integrado em Operações de Segurança Pública (Ciosp) – Pacoval.

O militar é acusado de ter assassinado na noite do último sábado, 18, o vigilante Fernando da Silva e Silva, de 25 anos, que foi alvejado com um tiro de pistola Ponto 40, cujo autor foi o tenente, conforme mostram imagens do circuito de câmeras de um estabelecimento comercial da rua Santos Dumont, bairro Buritizal, zona sul de Macapá.

Na segunda-feira pela manhã o juiz da 4ª Vara Criminal de Macapá expediu um mandado de prisão contra o tenente. Dilermando já era considerado foragido pela polícia. De acordo com o delegado Ronaldo Coelho, titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa (Decipe) que preside o inquérito, o oficial foi indiciado por homicídio qualificado.

“Está claro que ele [tenente] agiu no sentido de eliminar seu oponente. Reunimos todas as provas necessárias para o indiciamento. Vamos trabalhar na conclusão do inquérito para encaminhá-lo ao Ministério Público do Estado que irá ofertar, ou não, a denúncia”, disse o delegado.

O militar passou por exame de corpo delito na Politec e foi encaminhado para o Centro de Custódia do Zerão.

Defesa diz que tenente não atirou para matar, mas para assustar

Já a defesa do tenente alega que ele agiu sem a intenção de matar o vigilante. “Nosso constituinte queria apenas dar um susto na vítima. Ele não tinha a intenção de matar. Tanto que a posição como ele segura a arma mostra claramente que ele atirou sem definir um alvo, mas infelizmente acabou atingindo o jovem. Para a defesa está claro um homicídio culposo e nessa tese que vamos trabalhar”, declarou o advogado Charles Bordalo.

O tenente foi ouvido em depoimento e confessou que estava ‘amanhecido’. “O policial declarou que estava bebendo desde a noite anterior, assim como a vítima. Ele [Dilermando] declarou que houve um desentendimento entre um grupo e ele teria tentado intervir, momento em que teria sido agredido, vindo a revidar. Foi essa versão apresentada por ele, mas os depoimentos das testemunhas deixam claro que ele teve uma discussão direta com a vítima. O rapaz teria saído do local para ir embora. Nesse instante o tenente foi atrás e efetuou o disparo certeiro”, complementou o delegado.

Ainda de acordo com o delegado Ronaldo Coelho, a arma usada no crime, uma pistola Ponto 40, pertence à instituição Polícia Militar e estava acautelada para ele. Após a conclusão do inquérito na esfera criminal, a Corregedoria da PM poderá instaurar um processo disciplinar militar para apurar a conduta do tenente.


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