De acordo com o delegado Alan Moutinho, da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Pessoa (Decipe), os suspeitos negociaram a corrida até Porto Grande pelo valor de R$ 200. “Entre os quilômetros 77 e 78, da BR-156, um deles pediu ao taxista que entrasse em um ramal onde supostamente moraria uma tia dele. Para isso o trabalhador recebeu mais R$ 30 como pagamento. Ele só não imaginava que estava sendo arrastado para uma armadilha”, declarou o delegado.
Dentro do ramal um dos suspeitos pediu para que Wilson parasse o veículo sob desculpa de querer fazer xixi. “Assim que o táxi foi parado a dupla investiu contra a vítima. O taxista – que tinha uma faca na porta do carro – puxou a arma para tentar se defender. Porém, foi dominado e esfaqueado ainda dentro do veículo por um dos elementos. Ele ainda conseguiu abrir a porta e sair, mas novamente foi golpeado pelo menos três vezes no pescoço”, esclareceu.
O Diário apurou junto à Polícia Técnico Científica (Politec) que Wilson sofreu traumatismo cranioencefálico facial. Ele tinha perfurações no pescoço e teve duas costelas quebradas. A lesão no crânio – de cima para baixo – lesionou toda a face com afundamento do maxilar e mandibular.
Após o crime os suspeitos fugiram. Abraão teria sido deixado em Porto Grande, de onde retornou para Macapá. Em uma ponte próxima à Tartarugalzinho, moradores disseram ter avistado o táxi parando no local. Uma mulher, que estaria no bando de trás do carro, teria jogado o luminoso do veículo, o aparelho celular e outros pertences da vítima dentro do rio.
“A partir dessas informações se iniciou a montagem de um grande quebra-cabeças. As informações coletadas no curso das investigações nos levou ao amigo do Júnior, aquele mesmo que se recusou a participar do crime. Ele nos auxiliou e conseguimos chegar ao Abraão que confessou o crime e nos mostrou onde o corpo havia sido abandonado”, relatou o delegado Antonio Uberlândio, titular da Delegacia de Polícia do Interior (DPI).
O corpo de Wilson Barros foi localizado na madrugada desta quarta-feira. O local é de difícil acesso e a chuva que cai na região complicou ainda mais as buscas e remoção do cadáver. O corpo do taxista foi submetido a reconhecimento na Polícia Técnico Científica (Politec), passou por necropsia e foi liberado para velório e sepultamento.
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