Após suspeita de ligação com Cunha, Gol firma acordo de leniência
A empresa foi citada na ocasião do pedido de prisão do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em outubro, encaminhado ao juiz Sérgio Moro pelo MPF, procuradores mencionaram que buscas realizadas na Operação Lava Jato, sob condução da Procuradoria Geral da República (PGR), mostraram depósitos decorrentes de empresas de Nenê Constantino, dono da Gol Linhas Aéreas e de outras empresas de transporte urbano, para Cunha por meio das empresas C3, Jesus.com e GDAV – em nome da mulher e dos filhos.
A companhia aérea Gol informou através de um Fato Relevante nesta segunda-feira (12) que firmou um acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF) no qual se compromete a pagar reparações de R$ 12 milhões.
A empresa foi citada na ocasião do pedido de prisão do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em outubro, encaminhado ao juiz Sérgio Moro pelo MPF, procuradores mencionaram que buscas realizadas na Operação Lava Jato, sob condução da Procuradoria Geral da República (PGR), mostraram depósitos decorrentes de empresas de Nenê Constantino, dono da Gol Linhas Aéreas e de outras empresas de transporte urbano, para Cunha por meio das empresas C3, Jesus.com e GDAV – em nome da mulher e dos filhos.
No entanto, segundo o MP, não há indícios da prestação de serviços e há elementos que mostram que Cunha, como presidente da Câmara, criou comissão para discutir isenção de Cide para empresas de transporte urbano.
“Em suma, praticamente todos os depósitos identificáveis na Jesus.com e na GDAV indicam uma só origem: o grupo econômico Constantino que comanda a empresa Gol Linhas Aéreas e diversas empresas de ônibus. Não há indício de que as empresas Jesus.com e GDAV tenham prestado algum serviço efetivo de publicidade compatível com os valores depositados”, diz o pedido de prisão.
Na ocasião, o Grupo Comporte, que controla as empresas da família Constantino, informou que segue colaborando com as autoridades para o total esclarecimento dos fatos apontados pelo MPF.
Também em nota, a Gol informou que recebeu solicitação da Receita Federal para prestar esclarecimentos sobre alguns investimentos publicitários realizados pela companhia.
Procuradores da Lava Jato haviam levantado suspeitas sobre pagamentos de propina feitos por empresas ligadas à família dona da Gol a firmas controladas por Cunha.
Em comunicado, a Gol afirma que contratou uma auditoria externa para apurar o assunto, que ainda não foi finalizada.
Pelo acordo, a Procuradoria se compromete a não propor ações penais ou cíveis pelos fatos revelados contra a companhia aérea ou seus proprietários e empregados. O compromisso ainda precisa ser homologado pela 13ª Vara Federal de Curitiba, dirigida pelo juiz Sergio Moro.
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