Bolsonaro diz que ‘grupo terrorista’ matou pai do presidente da OAB; Comissão da Verdade culpou agentes da ditadura
Mais cedo, nesta segunda, Bolsonaro disse que contaria como pai de Felipe Santa Cruz morreu, se o presidente da OAB quisesse saber. Segundo comissão, ex-delegado afirmou ele que foi incinerado.
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (29) em uma transmissão ao vivo em uma rede social que o opositor do regime militar Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira foi morto pela Ação Popular do Rio de Janeiro, e não pelos militares. A Comissão da Verdade diz que Santa Cruz foi morto por agentes da ditadura.
Fernando Santa Cruz é pai de Felipe Santa Cruz, atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil. Mais cedo, nesta segunda-feira, Bolsonaro disse que, se o presidente da OAB quisesse saber como o pai morreu, ele, Bolsonaro, contaria.
Em uma carta divulgada nesta segunda, Felipe Santa Cruz afirmou que o presidente da República é “cruel” e não sabe separar o público do privado. A própria OAB divulgou uma nota de repúdio à declaração do presidente da República.
“Tinha o Santa Cruz, que era jovem, veio para o Rio de Janeiro. De onde eu obtive as informações? Com quem eu conversei na época, ora bolas. Conversava com muita gente. […]. E o pessoal da AP do Rio de Janeiro ficou, primeiro, ficaram estupefatos, ‘como é que pode esse cara vir do Recife se encontrar conosco aqui?’. O contato não seria com ele, seria com a cúpula da Ação Popular de Recife. E eles resolveram sumir com o pai do Santa Cruz. Essa é a informação que eu tive na época sobre esse episódio”, declarou Bolsonaro nesta segunda-feira.
“Qual é a tendência, se ele sabe, ‘nós não podemos ser descobertos’. E existia essa guerra naquele momento. Isso que aconteceu, não foram os militares que mataram ele, não, tá? É muito fácil culpar os militares por tudo o que acontece. Isso mudou. Mudou através do livro ‘A Verdade Sufocada’, o depoimento do Brilhante Ustra, entre outras pessoas, mostrou que uma guerra naquele momento era realmente um lado contra o outro”, acrescentou o presidente.
Ao falar sobre o caso, Bolsonaro disse que a Ação Popular de Recife era o “grupo terrorista mais sanguinário que tinha”, com ramificações pelo Brasil.
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