Brasil cai para 6º em ranking de combate à corrupção na América Latina
País teve a maior queda no Índice, e foi ultrapassado pela Argentina. Venezuela tem pior nota entre 15 países, e Uruguai lidera ranking pelo 2º ano
O Brasil foi ultrapassado pela Argentina e caiu para 6º no Índice de Capacidade de Combate à Corrupção (CCC), ranking que mede a capacidade dos países latino-americanos de detectar, punir e prevenir a corrupção.
Cinco dos 15 países analisados registraram quedas significativas em suas pontuações. Entre as maiores baixas estão os dois maiores países e as duas maiores economias da América Latina: Brasil e México.
O Brasil foi o país com a maior queda na pontuação, e sua nota regrediu de 5,52 para 5,07 (veja abaixo os motivos do recuo). Em 2019, o Brasil era o 2º do ranking.
Pelo 2º ano seguido, o Uruguai foi o país com a pontuação mais alta no Índice CCC (7,80 pontos em uma escala que vai de 0 a 10). A Venezuela ficou com a pior nota das 15 nações analisadas (1,40).
Veja o ranking:
– Uruguai (7,80)
– Chile (6,51)
– Costa Rica (6,45)
– Peru (5,66)
– Argentina (5,16)
– Brasil (5,07)
– Colômbia (4,81)
– Equador (4,77)
– Panamá (4,55)
– República Dominicana (4,38)
– México (4,25)
– Paraguai (4,08)
– Guatemala (3,84)
– Bolívia (2,43)
– Venezuela (1,40)
O levantamento é feito pela Americas Society/Council of the Americas e pela Control Risks, que avaliam e classificam os países com base na eficácia com que podem combater a corrupção. Acesse aqui o estudo completo.
As entidades dizem que “os países com uma pontuação mais alta são considerados mais propensos a ver atores corruptos processados e punidos” — e, na outra ponta, “uma continuação da impunidade é mais provável em países no extremo inferior da escala”.
Segundo o estudo, “a luta contra a corrupção na América Latina sofreu uma nova onda de retrocessos no ano passado” (e a pandemia foi um dos motivos que contribuiu para isso).
“Em vários países, a pandemia da Covid levou governos e cidadãos a focar em outras prioridades urgentes, o que deu espaço para que políticos diminuíssem a autonomia e os recursos de órgãos judiciais sem desencadear indignação da opinião pública ou manifestações de rua como as testemunhadas em anos anteriores”, diz o documento.
Os problemas do Brasil
O Índice CCC é dividido em três categorias: capacidade legal; democracia e instituições políticas; e sociedade civil e mídia. São analisadas 14 variáveis, incluindo a independência das instituições jurídicas e a quantidade de recursos disponíveis para combater crimes de colarinho branco.
O Brasil teve a maior queda na nota entre os 15 países analisados, que representam quase 95% do PIB da América Latina. A pior nota do país é na categoria “democracia e instituições políticas” (4,16) e a melhor, em “sociedade civil e mídia” (6,34).
Segundo o estudo, na categoria “capacidade legal” o Brasil “teve declínios na independência de suas agências anticorrupção e do Ministério Público”. “O índice reflete a nomeação pelo governo do presidente Jair Bolsonaro de pessoas percebidas como menos independentes para o comando da PF e do MPF”.
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