Política Nacional

Brasil não voltará a crescer sem recuperação de vizinhos, diz Dilma

Ela participa de cúpula de países da América Latina e do Caribe, em Quito


A presidente Dilma Rousseff afirmou que o Brasil não voltará a crescer se os demais países da América Latina também não se recuperarem. A declaração foi dada em Quito, no Equador, onde a presidente participa da Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribe (Celac).

“Nós temos muita consciência de que o Brasil não retoma a sua capacidade de crescer (…) Sem o crescimento dos demais países da América Latina. Sem que os demais países da América Latina tenham também condições de se recuperar”, disse a presidente.

Ela afirmou ainda que os países latino americanos enfrentam “uma situação bastante adversa no cenário internacional”, com queda no preço do petróleo e das demais commodities e desaceleração do crescimento da economia chinesa.
“Isso provocou uma forte valorização do dólar, que afeta as nossas economias. Nós tivemos uma desvalorização muito significativa”, disse a presidente. “Na metade do meu primeiro governo, o dólar estava um para 1,5 real. Hoje está um dólar para 4 reais.”

Segundo a presidente, é “fundamental” construir uma cooperação entre os países, “principalmente nesse momento de crise”. “Ela já é fundamental nos momentos em que todos nós crescíamos, agora ela é fundamental justamente porque nós sairemos dessa situação em conjunto”.

Laços bilaterais e linhas de crédito
Ao chegar em Quito, Dilma foi recebida pelo presidente equatoriano, Rafael Correa, no Palácio Carondelet, sede do governo. Após o encontro, estava programada a chamada reunião ampliada, da qual participariam ministros dos dois governos, e na sequência os presidentes teriam um jantar.

Na conversa, os presidentes concordaram em impulsionar os laços bilaterais e alavancar linhas de crédito brasileiro para o país equatoriano. Correa garantiu que ambos combinaram resolver os obstáculos ao acesso de produtos equatorianos, como a banana, o camarão, ou o atum para o Brasil, um dos três países com os quais o Equador tem maior déficit comercial.

As equipes de trabalho de ambos os governos se reunirão na primeira semana de março para buscar soluções para esses problemas, explicou Correa. A presidente Dilma afirmou que, na reunião, também se acertou a fortalecer “os investimentos de empresas brasileiras no Equador, em especial em infraestrutura”.


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