Candidatura do MDB divide núcleo de Temer
Moreira Franco e Padilha demonstram ideias diferentes sobre sucessão presidencial
Amigo do presidente Michel Temer desde os anos 1990, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Wellington Moreira Franco, é hoje um dos principais defensores, no Palácio do Planalto, da candidatura do chefe a um novo mandato. Em público, ele desconversa, mas, nos bastidores, não apenas tem simpatia pela ideia como trabalha com afinco para que o projeto se concretize.
A proximidade do ministro com o presidente causa ciúmes dentro e fora do Planalto. O gabinete de Moreira fica no quarto andar do Planalto. Na outra ponta, no mesmo andar, fica o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Os dois integram a direção do MDB, fazem parte do grupo de Temer e, ao lado do presidente, são alvo de inquérito aberto para apurar repasses de R$ 10 milhões da Odebrecht para o partido, em 2014.
Mesmo assim, Moreira e Padilha têm um relacionamento protocolar e não é raro protagonizarem divergências. Conhecido por fazer planilhas certeiras com o placar de votações no Congresso, Padilha, por sua vez, parece mais pragmático em relação à sucessão presidencial. O chefe da Casa Civil tem a mesma opinião do presidente do MDB, senador Romero Jucá (RR), para quem o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, reúne credenciais para unir o centro político e ser o candidato do governo, migrando do PSD para o MDB.
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