Política Nacional

Ciro Nogueira nega que Auxílio Brasil seja eleitoreiro, mas não diz como ficará a partir de 2023

Na análise política do ministro, não há a “menor possibilidade “ para uma terceira via, comentando a respeito das possíveis candidaturas do senador Rodrigo Pacheco e do ex-ministro Sergio Moro


O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, disse acreditar que a reeleição do presidente Jair Bolsonaro depende da melhora na economia. “Eu não tenho dúvida que a reeleição virá se a economia melhorar como eu estou prevendo”.

Questionado sobre como ele “prevê” que a economia irá melhorar diante do quadro de reversão de expectativas para 2022, com projeção de PIB negativo, inflação e desemprego, além da insegurança da agenda econômica após a manobra do teto de gastos, Ciro admitiu que há um risco de não melhorar “como ele está prevendo”, mas disse que prefere “aguardar “ para comentar as avaliações de instituições financeiras que preveem piora no cenário econômico. Ele disse, no entanto, ser um “otimista”.

Ex-apoiador de Lula, a quem chamou de “melhor presidente da História”, em 2017, Ciro Nogueira comparou o ex-presidente a um “celular de 2002”, que a população não vai querer em 2022. E também afirmou que mudou de ideia sobre o presidente Bolsonaro ser “fascista”, como ele, Nogueira, classificou o presidente em 2017.

Na análise política do ministro para a eleição de 2022, não há a “menor possibilidade “ para uma terceira via, comentando a respeito das possíveis candidaturas do senador Rodrigo Pacheco e do ex-ministro Sergio Moro.

Sobre a filiação do presidente Bolsonaro ao PP ou PL, ele afirmou que Bolsonaro está prestes a decidir. Mas disse que, se o presidente se filiar a um ou ao outro, será “natural” que a vice-presidência em 2022 seja do partido do centrão que não levou a filiação do presidente.

Na economia, o ministro defendeu a substituição do Auxílio Brasil pelo Bolsa Família, programa que o presidente Bolsonaro já criticou e chamou de demagogia.
Questionado se não se trata de um programa eleitoreiro, já que termina em dezembro de 2022, dois meses após a eleição, ele rechaçou, mas não detalhou qual planejamento do governo para assistir a parcela da sociedade que vai deixar de receber o benefício a partir de 2023.

Nogueira cobrou a aprovação das reformas pelo Congresso e justificou a “licença” do governo para custear o programa, furando o teto de gastos.

Segundo ele, as pessoas que estão passando fome não estão na “Avenida Paulista”, mas no Nordeste, e disse que as pessoas pensam “muito em teto”. “As pessoas pensam muito em teto. E o chão, ninguém vai pensar?”.

 

Reeleição

“Eu sou um otimista: tenho certeza que o ano de 2022 vai ser de superação, alguma dificuldade, mas será de crescimento e eu sou uma pessoa que costuma acompanhar as eleições não só no país, mas no mundo. Se as pessoas tiveram uma sensação de melhora de vida, elas mudam. O sentimento de reeleição é muito forte, as pessoas acham que o presidente tem o direito e os governos têm direito à reeleição. Eu não tenho dúvida que a reeleição virá se a economia melhorar como eu estou prevendo”.

 

Fura teto/auxílio + agenda eleitoral

“Temos 20 milhões de pessoas precisando e essas pessoas não estão na Avenida Paulista, estão no Nordeste, nas periferias. As pessoas pensam muito em teto. E o chão: ninguém vai pensar? Vamos pensar no teto e não no chão?“.


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