Comissão do Senado aprova indicação de Roberto Campos Neto para presidente do BC
Indicado pelo governo Bolsonaro, Campos Neto é economista e foi sabatinado pela Comissão de Assuntos Econômicos. Indicação ainda precisa ser confirmada pelo plenário do Senado.
A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou nesta terça-feira (26) por unanimidade a indicação do economista Roberto Campos Neto para presidente do Banco Central.
Próximo ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e entusiasta da campanha de Jair Bolsonaro a presidente da República, Campos Neto foi indicado para o cargo em novembro do ano passado, após a confirmação do resultado eleitoral.
Para ele assumir a presidência do Banco Central, porém, o plenário do Senado também terá de aprovar a indicação.
Além do nome de Campos Neto, a CAE também aprovou as indicações de:
Bruno Serra: diretor do Banco Central;
João Manoel do Pinho Mello: diretor do Banco Central;
Flávia Martins Sant’anna Perlingeiro: diretora da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Todos os indicados passaram por uma sabatina na CAE nesta terça-feira, na qual foram questionados sobre temas relacionados com o Banco Central.
Durante a sabatina, Campos Neto, por exemplo, defendeu a redução do tamanho do Estado brasileiro e a autonomia do BC.
Segundo ele, o Estado brasileiro se tornou “grande demais, ineficiente, excessivamente custoso e não atende a muitas das necessidades básicas de nossa população”.
No caso da autonomia do BC, afirmou que o objetivo é “aprimorar o arranjo institucional de política monetária [definição dos juros para atingir as metas de inflação], para que ela dependa menos de pessoas e mais de regras, e para que estejamos alinhados à moderna literatura sobre o tema e aos melhores pares internacionais”.
Bancos competitivos
Ainda durante a sabatina desta terça-feira, Campos Neto avaliou que o sistema bancário brasileiro não é mais “concentrado” do que em outras economias desenvolvidas, e acrescentou que os bancos do país também são competitivos.
“A gente precisa distinguir entre concentração e competição. Na crise [do subprime, iniciada em 2008], países aceitaram mais concentração por mais segurança. Com o Lehman Brothers [que anunciou concordata], governo [dos EUA] estimulou concentração. Aconteceu em vários países. No Brasil, [a concentração de mercado] é muito proporcional à registrada em outros países, como Alemanha, Itália e Inglaterra. É equivalente”, declarou.
Campos Neto também avaliou que as instituições financeiras no país são competitivas. “Vários estudos mostram que a competição no Brasil não é muito diferente do mundo emergente. O Brasil, apesar de ser concentrado [o sistema financeiro], dá pra dizer que existe competição. No entanto, essa competição não gerou um spread [juros bancários] adequado”, declarou.
O economista disse, também, que só olhar o tamanho do lucro dos bancos “não é uma boa métrica”. Ele acrescentou que é preciso avaliar a rentabilidade das instituições financeiras.
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