Política Nacional

Cunha diz que Dilma ‘mente’ ao falar que impeachment é ‘desvio de poder’

Para ela, adversários encontraram em Cunha o “vértice da aliança golpista”


O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ex-presidente da Câmara e responsável por acolher o pedido de abertura do processo de impeachment de Dilma Rousseff, divulgou nota à imprensa para dizer que a presidente afastada “mente” em seu depoimento ao Senado na sessão do julgamento final do impeachment.

No depoimento inicial que fez ao plenário, com cerca de 45 minutos, Dilma afirmou que o governo buscou o reequilíbrio fiscal em 2015, mas as medidas propostas à época pelo Planalto sofreram “forte resistência” na Câmara no período em que Cunha presidia a Casa.

Sem citar nomes, ela disse também que “arquitetaram” sua “destruição” e encontraram no peemedebista “o vértice de sua aliança golpista”.

“A presidente afastada segue mentindo contumazmente, visando a dar seguimento ao papel de personagem de documentário que resolveu exercer, após a certeza do seu impedimento, em curso pelo julgamento em andamento”, afirmou Cunha na nota.

Desde que Cunha acolheu o pedido de impeachment de Dilma, em dezembro do ano passado, Dilma tem dito que o peemedebista cometeu desvio de poder porque, segundo ela, ele só aceitou abrir o processo porque não teve o apoio do PT para barrar o processo ao qual respondia à época no Conselho de Ética da Câmara, que ainda pode levá-lo à cassação do mandato.

Na nota divulgada nesta segunda, Cunha voltou a rebater a tese e disse que as tentativas de “barganhas” para que ele não acolhesse o pedido de impeachment “partiram do governo” e não forma aceitas por ele. “Chantagem”, escreveu Cunha. “O meu ato de abertura do processo de impeachment foi confirmado por votação na comissão especial do impeachment, no plenário da Câmara por 367 votos, e já confirmado em quatro votações no Senado Federal”, acrescentou Cunha na nota.

O deputado, atualmente afastado do mandato pelo Supremo Tribunal Federal, destacou ainda que Dilma “mentiu” ao dizer que ele, como presidente da Câmara, “deu curso” às chamadas “pautas bombas” – propostas de deputados que, em meio ao ajuste fiscal do governo, aumentavam os gastos públicos.


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