Decisão de Bolsonaro gera custo para o Brasil e não agrada Israel nem a Palestina
Mas acaba indo contra o discurso do próprio governo, de austeridade, ao gerar custos para o Brasil com a instalação do novo escritório em Israel.
A decisão do presidente Jair Bolsonaro de abrir um escritório de representação em Jerusalém, em vez de transferir para a cidade santa a embaixada brasileira, é um recuo que precisa ser visto como uma medida correta.
Mas acaba indo contra o discurso do próprio governo, de austeridade, ao gerar custos para o Brasil com a instalação do novo escritório em Israel.
Para um governo que tem combatido, corretamente, desde o início toda e qualquer medida que represente custos para o Tesouro Nacional, abrir o escritório em Israel vai gerar mais despesas para a União sem retorno do ponto de vista comercial e de representação.
O gesto é muito mais político e buscou cumprir, em parte, promessa feita desde a campanha ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém.
Do ponto de vista de negócios e representação, o escritório pode ter pouca utilidade. Quem importa e exporta para o Brasil está baseado muito mais em Tel Aviv. E as duas cidades estão separadas por menos de 70 quilômetros. Tudo poderia ficar concentrado numa ou em outra cidade.
Bolsonaro foi convencido a não cumprir totalmente sua promessa por ruralistas e equipe econômica, temerosos com retaliações de países árabes, estes, sim, importadores importantes de produtos brasileiros. O prejuízo seria enorme.
Adversários de israelenses, os árabes consideram que a mudança da embaixada do Brasil seria o mesmo que reconhecer Jerusalém como capital de Israel, disputa histórica na região.
Agora, a diplomacia brasileira vai entrar em campo para convencer árabes de que a abertura de um escritório de representação em Jerusalém – que Israel considera sua capital embora a comunidade internacional tenha posição contrária – não afronta esses países. Tudo para escapar de qualquer tipo de retaliação comercial.
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