‘Desse jeito, vamos dar a presidência ao Lula em 2018’, diz Aloysio Nunes
Ministro de Temer, Aloysio Nunes (foto) disse que o PSDB vive um momento de “histeria”
Irritado com o racha do PSDB, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, disse que seu partido vive um momento de “histeria” e erra ao defender a saída do governo comandado pelo presidente Michel Temer (PMDB), correndo o risco de perder a eleição de 2018. Em tom de ironia, o tucano afirmou que “tem gente tingindo o cabelo de preto” para votar contra a reforma da Previdência ao se referir aos chamados “cabeças pretas”, que defendem o desembarque dos tucanos.
“Desse jeito, vamos entregar a Presidência para o Lula, em 2018”, previu Aloysio, em uma alusão à tentativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de voltar ao poder. “Engana-se quem pensa que será carregado nos braços do povo por ter desembarcado do governo. O PSDB será julgado por suas ações concretas em benefício do país. Mas como fazer o discurso da razão com o partido em pé de guerra?”
Alvo de petição enviada ao Supremo Tribunal Federal pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que alegou ser “fato incontroverso” o recebimento de R$ 500 mil da Odebrecht para financiar sua campanha ao Senado, em 2010, o ministro admitiu constrangimento com a acusação.
“Eu quero que esse inquérito seja concluído logo. Quero ser investigado porque nada tenho a esconder. É um incômodo ser ministro com esse ‘troço’ em cima de mim”, argumentou ele, sem esconder a contrariedade com a expressão “incontroverso”, usada por Raquel.
Senador licenciado, Aloysio decidiu se candidatar à reeleição, em 2018. À reportagem, disse que a defesa feita por ele da permanência do PSDB no governo Temer não tem qualquer relação com sua manutenção no cargo nem com foro privilegiado. “Eu não faço obra em ministério, não tenho verba e não nomeio ninguém”, afirmou.
Casa Dividida
Aloysio apoia o governador de Goiás, Marconi Perillo, para a presidência do PSDB, contra o senador Tasso Jereissati (CE), destituído nesta quinta do comando provisório do partido pelo colega Aécio Neves (MG), alvejado pela Lava Jato. Tasso sempre pregou a saída da equipe de Temer.
“Perillo tem mais condições de promover a unidade do partido. Sigo os mandamentos de Mateus 12:25: ‘A casa dividida contra si mesmo será destruída'”, provocou o chanceler.
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