Dilma aponta ‘golpe’ e diz que ‘só o povo’ afasta pelo conjunto da obra
Presidente afastada se defendeu em sessão de julgamento no Senado
A presidente afastada Dilma Rousseff afirmou em discurso em defesa própria no julgamento do impeachment no Senado, que é alvo de um “golpe de estado” e que não cometeu os crimes de responsabilidade pelos quais é acusada. Segundo ela, só os eleitores podem afastar um governo “pelo conjunto da obra”.
Dilma começou a discursar depois da abertura da sessão pelo presidente do julgamento, ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente em exercício, Michel Temer, acompanhou o discurso pela TV, no Palácio do Jaburu, ao lado do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha.
O pronunciamento da presidente afastada antecede as quatro últimas etapas do julgamento – o interrogatório de Dilma, o debate entre acusação e defesa, os pronunciamentos dos senadores e a votação do impeachment pelos parlamentares.
No discurso, Dilma disse que “jamais” renunciaria e que é alvo de um “golpe de estado”. “Estamos a um passo da concretização de um verdadeiro golpe de estado. Do que eu fui acusada? Quais os crimes hediondos que eu pratiquei?”, indagou.
Segundo ela, o regime presidencialista do Brasil não prevê que, se o presidente perder a maioria dentro do Congresso, o mandato deve ser cassado. Dilma disse que “só o povo” pode afastar o presidente pelo “conjunto da obra” “No presidencialismo previsto na Constituição, não basta a eventual perda de maioria parlamentar para afastar o presidente. Há que se configurar crime de responsabilidade e está claro que não houve tal crime”, disse Dilma.
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