Em convenção, vice do PT diz que divergências com Dilma são salutares
Jorge Coelho disse que a sigla ‘não pode só apoiar tudo que o governo faz’.
Um dos vice-presidentes nacionais do PT, Jorge Coelho, afirmou nesta sexta-feira (26) que as divergências entre o partido e a presidente Dilma Rousseff, especialmente sobre projetos polêmicos que tramitam no Congresso Nacional, são “salutares”.
Nesta sexta, o PT realiza a convenção nacional do partido, no Centro do Rio. Entre os petistas que participam do evento estão o presidente do PT, Rui Falcão, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, os líderes do PT na Câmara, Afonso Florence (BA), e no Senado, Humberto Costa (PE), além do líder do governo na Câmara, José Guimarães (CE). O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve participar da convenção na tarde desta sexta.
“O PT, enquanto partido, tem que ter opinião. Não pode só apoiar tudo que o governo faz”, afirmou Coelho. “Nós queremos mudanças na política econômica, e vamos nos reunir e apresentar as medidas que nós achamos cabíveis. Se a presidente Dilma vai aceitar são outros quinhentos. […] Divergências são salutares”.
Na convenção, o partido deve apresentar um documento com diversas medidas propostas pelos membros do partido. O PT também irá se manifestar no documento contra o projeto que muda as regras de exploração do pré-sal e a reforma da Previdência.
Esse documento deverá ser aprovado pelos integrantes do diretório antes de ser divulgado pelo partido.
Segundo assessores da Presidência, é possível que Dilma espere a divulgação deste documento para avaliar o “termômetro” do partido em relação à condução da política econômica.
Mesmo com o fato de a presidente já ter defendido a volta da CPMF e a reforma da Previdência Social, essas propostas, consideradas prioritárias para o Palácio do Planalto em 2016, ainda sofrem resistência por parte dos petistas.
“Tenho certeza que a bancada do PT vai apresentar uma posição contra a proposta do pré-sal, mas não pode haver destempero. Acho que a gente tem que ter sabedoria para tratar com divergências”, avaliou o deputado Henrique Fontana (PT-RS).
Fontana disse ainda que o fato de a presidente Dilma ainda não ter confirmado se participará da convenção e da festa de aniversário do partido, que está marcada para este sábado (27), não significa “distanciamento” dela com a bancada petista.
‘Legalidade’
No evento, Edinho Silva voltou a falar sobre a prisão do publicitário baiano João Santana, que trabalhou nas campanhas da presidente em 2010 e em 2014 e na reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006.
Ele recebeu US$ 7,5 milhões em conta secreta no exterior, segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Federal. Investigadores suspeitam que ele foi pago com propina de contratos da Petrobras.
Segundo o ministro, a campanha de Dilma em 2014, na qual ele trabalhou como coordenador financeiro, agiu “dentro da legalidade”.
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