Em reunião com troca de acusações, PSDB decide manter neutralidade
Em áudio vazado da reunião tucana, Alckmin chama Doria de “temerista”
A Executiva Nacional do PSDB decidiu ontem (9), em reunião que gerou troca de acusações entre seus membros, não apoiar Fernando Haddad (PT) nem Jair Bolsonaro (PSL), os dois candidatos que disputam o segundo turno da eleição presidencial.
O anúncio foi feito pelo presidente nacional do partido, Geraldo Alckmin, candidato derrotado na disputa. “O PSDB decidiu liberar seus militantes e seus líderes. Não apoiaremos nem o PT nem o candidato Bolsonaro”, disse Alckmin, acrescentando que , o filiado do PSDB que anunciar apoio a Haddad ou a Bolsonaro o fará em “caráter pessoal, não em nome do partido”, sem citar o ex-prefeito de São Paulo, João Doria, alvo do bate-boca.
Doria disputa o segundo turno pelo governo paulista com o atual governador e ex-vice de Alckmin, Márcio França (PSB), e chegou a demonstrar que preferia Bolsonaro, antes mesmo do primeiro turno. Em áudio vazado da reunião da Executiva, Alckmin chama Doria de “temerista”, interrompe a fala de Doria e insinua que o ex-prefeito o traiu.
“Traidor eu não sou”, disse Alckmin quando Doria cobrava do partido mais ajuda financeira às campanhas dos candidatos a governos estaduais que passaram para o segundo turno. Doria também pedia que, após a eleição, o PSDB fizesse uma autoavaliação sobre erros, acertos e equívocos da sigla na eleição.
Na sequência sobre os erros cometidos na campanha, Alckmin ainda diz: “O ‘temerista’ não era eu não”. E repete: “Você, você, você”. Doria pede calma a Alckmin. “Compreendo a sua situação”, disse o ex-prefeito ao presidente de seu partido e padrinho político. “Temos de ter calma e discernimento.”
Após a discussão, Doria ainda defendeu que o PSDB declarasse apoio a Bolsonaro e afirmou que, ao seu ver, “não há a menor condição de o partido não manifestar oposição ao PT neste segundo turno presidencial”. Mas foi voto vencido na Executiva.
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