Empresário diz que “tratou com vários políticos sobre como parar” a Lava-Jato
No dia seguinte ao depoimento, Rodrigo Janot, pediu a prisão de Joesley
Em depoimento à Procuradoria-Geral da República (PGR), o empresário Joesley Batista, dono do Grupo J&F, disse que antes de se tornar um delator “tratou com vários políticos sobre como parar” a Operação Lava-Jato. O depoimento, ao qual a reportagem teve acesso, foi prestado no feriado de 7 de Setembro, no procedimento de revisão do acordo de delação premiada firmado com a PGR.
Joesley Batista afirmou que os políticos com quem “mais falou sobre tudo o que acontecia com a empresa no âmbito da Operação Lava-Jato durante os últimos três anos foram Ciro Nogueira, Eduardo Cunha e Michel Temer”. Consta no termo de depoimento assinado pelo empresário que ele, “até decidir por colaborar, tratou com vários políticos sobre como parar a ‘Operação’; que por isso ficou em paz consigo mesmo porque salvou a empresa com a colaboração depois de três anos de tentativa com políticos”.
No dia seguinte ao depoimento, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a prisão de Joesley, do executivo da J&F, Ricardo Saud e do ex-procurador da República Marcello Miller. No mesmo dia, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, decretou a prisão dos dois primeiros.
Delação
No depoimento, Joesley disse que conheceu Miller no início de março deste ano, quando o então procurador da República foi até a sua casa apresentado por Francisco de Assis e Silva, diretor jurídico do grupo J&F. O empresário disse que encontrou o ex-procurador pelo menos outras duas vezes no mesmo mês, na sede da JBS. Miller ainda não havia sido exonerado do Ministério Público Federal naquele momento.
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