Política Nacional

Endividamento do governo para financiar déficit cresce 3,22% em novembro e alcança R$ 4,7 tri

Informação foi divulgada pelo Tesouro Nacional. No mês passado, país emitiu R$ 158,8 bilhões em papéis, volume alto para padrões históricos


A dívida pública federal em títulos – que inclui os débitos do governo no Brasil e no exterior – registrou aumento de 3,22% em novembro e atingiu R$ 4,787 trilhões, informou a Secretaria do Tesouro Nacional. Em outubro, a dívida somava R$ 4,638 trilhões.

A dívida pública é a emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal — ou seja, para pagar despesas que ficam acima da arrecadação com impostos e tributos.

No mês passado, de acordo com o governo, as emissões de títulos públicos somaram R$ 158,82 bilhões, volume alto para padrões históricos.

O cenário é diferente de meados deste ano, quando o governo enfrentou dificuldades na colocação de papéis no mercado devido às tensões na economia provocadas pela pandemia do coronavírus.

No mês passado, os resgates de títulos públicos somaram R$ 19,15 bilhões. A emissão de papéis acima dos resgates e as despesas com juros, que somaram R$ 139,67 bilhões, elevaram a dívida pública em outubro.

Em conjunto com as despesas com juros, que totalizaram R$ 9,94 bilhões, a emissão líquida elevou a dívida no mês passado.

 

Elevado volume de emissão

O Tesouro Nacional informou que manteve, em novembro, “elevado volume de emissão, com o objetivo de suprir a necessidade de financiamento do governo federal [para pagar os custos associados à pandemia do novo coronavírus] e garantir a manutenção do caixa acima do limite prudencial”.

De acordo com a instituição, a facilidade maior para emitir dívida, no último mês, se deve a “notícias positivas de vacinas contra o Covid-19” e aos “resultados das eleições norte-americanas contribuíram para melhorar a percepção dos mercados no mês de novembro”.

Por meio de nota, o Tesouro avaliou ainda que o início da vacinação contra a Covid-19 em alguns países contribuiu para a manutenção do otimismo nos mercados internacionais neste mês.
“Mas o destaque mesmo veio do cenário doméstico, que permitiu que o otimismo pudesse se refletir nos indicadores. A não prorrogação do auxílio emergencial foi preponderante, mas os investidores seguem se preocupando com as reformas”, avaliou o coordenador de operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Roberto Lobarinhas.


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