FHC diz que sugeriu renúncia a Dilma desde que isso ‘junte’ o país
Ele havia dito que Brasil estava sem rumo e Dilma deveria sair.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que quando sugeriu a renúncia da presidente Dilma Rousseff, em outubro, queria dizer que a saída dela deveria ocorrer caso isso unisse o país. No programa Roda Viva, da TV Cultura, no mês passado, FHC afirmou que o Brasil “vai mal porque está sem rumo” e que Dilma deveria renunciar ao cargo “com grandeza”.
Na capital sul-mato-grossense, aonde foi inaugurar uma unidade do programa social Rede Solidária, o ex-presidente foi questionado sobre a sugestão para que Dilma renunciasse ao cargo. Segundo ele, a intenção era dizer que, se o preço para “juntar” o país fosse a saída da presidente, então ela deveria sair.
“Então, não é que eu queira que ela renuncie. Aproveite a oportunidade e junte o país, eu estou dizendo a ela. Se, para juntar o país, o preço for eu cair fora, eu caio, mas junta. Foi isso que eu quis dizer. Grandeza é isso. Junta. Eu renuncio se me derem isso, isso e isso”, afirmou FHC.
“A ideia era a seguinte: o que que nós precisamos no Brasil? De alguém que rompa alguns nós, que estão emperrando a nossa vida política e vida social”, continuou o ex-presidente. “Eu não gosto de personalizar, quando os jornalistas me perguntam, eu falo, pessoalmente eu me dou bem com a presidente, apesar de nossas discrepâncias”, concluiu Fernando Henrique.
Gastos públicos
O ex-presidente também foi perguntado sobre o que pensa da estratégia do governo federal e do governo de Mato Grosso do Sul de aumentar impostos diante da crise econômica. Para ele, os gastos públicos no Brasil tem um volume muito alto e, se a velocidade das despesas não for contida, a população pode não conseguir arcar com novos impostos.
“Essa situação que o Brasil chegou virou um excesso de gastos muito grande. A situação de gastos públicos do governo federal é tão grande que a população está começando a reagir. Ou você começa a tomar medidas para reduzir a velocidade de gasto, ou não vamos ter como pagar mais impostos”.
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